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http://www.wspabrasil.org/wspaswork/Caesegatos/controlededoencas/leishmaniose/Default.aspx
Leishmaniose visceral canina
A Leishmaniose visceral canina é uma doença grave que acomete vários mamíferos, transmitida por um protozoário que tem o nome científico de Leishmania chagasi (infantum). O seu principal transmissor (vetor) é um inseto (flebotomíneo), da espécie Lutzomyia longipalpis, também conhecido como “mosquito palha”. O contágio em cães e no homem ocorre através da picada do inseto infectado.
O cão é considerado um importante reservatório do parasita pela sua proximidade com o homem e constitui o principal elo na cadeia de transmissão de Leishmaniose visceral nas zonas urbanas. Há outros animais silvestres que podem servir de hospedeiros intermediários desta doença, mas é impossível pegar a doença por contato direto com esses animais.
A Leishmaniose não é transmitida através de lambidas, mordidas ou afagos. O contágio ocorre somente através da picada da fêmea infectada do “mosquito palha”.
Mapa da leishmaniose visceral humana no Brasil
Abaixo podemos ver as principais áreas de risco da Leishmaniose visceral humana. E no caso da Leishmaniose visceral canina as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, são as mais prevalentes, porem a doença tem avançado também nos Estados da região Sudeste.
Principais sintomas
O aparecimento dos primeiros sintomas da Leishmaniose, após a transmissão pela picada do “mosquito palha”, pode demorar semanas ou até alguns anos; cerca de 20% dos animais infectados podem nunca manifestar sintomas. A maioria dos animais aparenta estar saudáveis na época do diagnóstico clínico, mas quando desenvolvem a doença podem apresentar os seguintes sintomas:
Apatia (desânimo, fraqueza, sonolência);
Perda de apetite;
Emagrecimento rápido;
Feridas na pele, principalmente no focinho, orelhas, articulações e cauda (que demoram a cicatrizar);
Pelos opacos, descamação e perda de pelos;
Crescimento anormal das unhas (onicogrifose) com o avanço da doença;
Aumento abdominal (“barriga inchada” pelo aumento do fígado e do baço);
Problemas oculares (olho vermelho, secreção ocular);
Diarreia, vômito e sangramento intestinal.
Diagnóstico
Ainda não existe um método de diagnóstico que seja 100% específico para identificação da Leishmaniose visceral canina. Porém, a associação dos vários métodos disponíveis permite a obtenção de diagnósticos com boa sensibilidade e especificidade. Ao observar que seu animal está com sintomas que podem ser indicativos de Leishmaniose, é importante que você consulte um veterinário de sua confiança o mais rápido possível.
O diagnóstico da Leishmaniose é complexo e requer a realização de vários exames laboratoriais associados ao exame clínico para se chegar a um resultado definitivo. Geralmente, são realizados exames iniciais de triagem, chamados exames sorológicos (ELISA e RIFI) e depois devem ser solicitados os exames parasitológicos ou moleculares para confirmar a infecção. Não existem métodos de diagnóstico que sejam 100% confiáveis.
Portanto, recomenda-se:
Utilizar sempre mais de um método diagnóstico durante o exame de um animal suspeito de estar com Leishmaniose visceral canina, pois o uso isolado de determinada técnica pode dar margem à ocorrência de falsos negativos ou falsos positivos.
Peça ao veterinário que acompanhe a etapa de coleta do material para garantir que a mostra seja adequadamente coletada e conservada, e que seja enviada a um laboratório credenciado e de confiança.
Sempre realizar um exame parasitológico ou molecular para confirmar a infecção.
Como você pode ajudar?
Como a Leishmaniose visceral canina é uma doença grave e seu tratamento é complexo, a prevenção é a estratégia mais recomendada para o controle dessa doença.
O controle do inseto transmissor é considerado a melhor opção na luta contra a doença, segundo a Fundação Nacional da Saúde.
Cuidado com áreas de potencial contágio
Os donos dos cães devem observar alguns cuidados em áreas úmidas ou de decomposição de lixo:
Evitar acúmulos de lixo no quintal e descartar o lixo adequadamente: é uma maneira de contribuir para a saúde do meio ambiente e ao mesmo tempo evitar a proliferação dos mosquitos.
Manter o ambiente do cão, o quintal ou a varanda sempre limpos, livre de fezes e acúmulo de restos de alimentos e folhagens.
Manter a grama e o mato sempre cortados, com retirada de entulhos e lixo, evitando a formação de uma fonte de umidade e de matéria orgânica em decomposição.
Utilizar spray repelentes ou inseticidas ou cultivar plantas com ação repelente, como a citronela ou neem, no ambiente.
Medidas para proteger o seu cão da leishmaniose visceral canina
Vacine o seu cão anualmente com vacinas específicas para a Leishmaniose. Atualmente existem duas vacinas licenciadas pelo MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: a Leishtec® e a Leishmune®
Utilize coleiras impregnadas com inseticidas (Scalibor®: trocar a cada seis meses) ou produtos spot on (solução em gotas aplicadas topicamente) de ação prolongada, que devem ser reaplicados a cada mês, inclusive ao transportar os animais para outras regiões
Evite passeios com o seu cão no final da tarde e início da noite, que é o horário de maior atividade do mosquito palha
Use telas de malha bem fina no canil ou na casinha do cachorro, nas portas e janelas de sua casa
Utilize plantas com ação repelente a mosquitos (como citronela e neem)
Manter o abrigo do seu cão sempre limpo, sem fezes ou restos de alimento.
Conheça a legislação sobre Leishmanioses
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 1.426, DE 11 DE JULHO DE 2008, que proíbe o tratamento de leishmaniose visceral canina com produtos de uso humano ou não registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
DECRETO Nº 51.838, DE 14 DE MARÇO DE 1963, que baixa normas técnicas especiais para o combate às leishmanioses.
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