Uma casa abandonada, localizada na esquina das ruas Pinguim e Tupinambás, no Jardim Paraíso pode estar contribuindo para a proliferação do mosquito palha, o transmissor da leishmaniose, e do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue. Além disso, o mau exemplo estaria causando transtornos aos agentes responsáveis pelo combate à dengue e aos funcionários do Centro de Zoonoses. “Os moradores da vizinhança, principalmente as donas de casa, reclamam que eles são constantemente orientados a manter seus quintais limpos e, ao mesmo tempo, não se toma nenhuma medida contra os donos daquela casa abandonada”, alega um agente.
Os vizinhos da casa têm sérios motivos para estar preocupados. Uma das primeiras vítimas fatais – a doença já causou quatro óbitos em Jales – da leishmaniose morava na Rua Pinguim, a cerca de 50 metros da esquina onde fica o imóvel abandonado. Recentemente, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou a existência de mais um caso de leishmaniose, nas proximidades do imóvel. A vítima, dessa vez, é um rapaz de 24 anos que está em tratamento intensivo, para se recuperar da doença.
MANEJO
Por conta do caso mais recente, a equipe do Centro de Zoonoses de Jales já havia realizado, como medida preventiva, o chamado “manejo ambiental” – que consiste na limpeza de lotes vagos, coleta de sangue dos cães, etc – em quatro quarteirões do Jardim Paraíso. A confirmação do caso do rapaz está obrigando a equipe de combate à leishmaniose a ampliar o “manejo ambiental” para nove quarteirões. “Nós estamos fazendo o possível para combater a doença, mas, infelizmente, esse tipo de situação acaba comprometendo o nosso trabalho”, afirma o vice-prefeito Clóvis Viola, coordenador da equipe de combate à dengue e à leishmaniose.
Para um dos responsáveis pelo combate aos mosquitos transmissores das duas doenças, estaria faltando empenho de alguns setores da administração municipal. “A Secretaria de Saúde e o pessoal do Centro de Zoonoses estão fazendo a parte deles. Todavia, nós já solicitamos algumas medidas mais efetivas por parte de outros setores da administração municipal e, infelizmente, essas medidas não foram tomadas. Em casos como esse, nós teríamos que fazer a limpeza, ou então descobrir quem é o dono do imóvel e notificá-lo sobre a limpeza, mas isso só é possível com a colaboração de outros setores”, reclama ele.
Um dos vizinhos chama a atenção para outros perigos. “Acho que o poder público precisa ter mais responsabilidade, pois bem ao lado dessa casa abandonada, nós temos uma igreja evangélica que mantém uma espécie de escolinha e realiza um trabalho com crianças. Essas crianças, que são criaturas inocentes, podem estar expostas ao perigo de serem picadas por um mosquito infectado”, arremata o vizinho.
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