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Sem tratamento, leishmaniose visceral mata; conheça os sintomas
Do UOL
Em São Paulo
Em São Paulo
- OMSA leishmaniose é transmitida pelo mosquito-palha, que adquire o protozoário após picar um animal contaminado
As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gêneroLeishmania, transmitidos para os mamíferos por insetos vetores. De um modo geral, podem ser divididas em leishmaniose tegumentar (ou cutânea), quando a pele e as mucosas são atacadas, e leishmaniose visceral (ou calazar), quando órgãos internos são atacados. Esta última costuma ser mais grave e pode levar à morte.
Os parasitas causadores das leishmanioses são transmitidos ao homem (e também a outras espécies de mamíferos) por insetos vetores, conhecidos como flebotomíneos. Pessoas com imunidade comprometida pela Aids e outras doenças, assim como idosos e crianças, são as principais vítimas.
Leishmaniose tegumentar
Caracterizada por lesões na pele e nas mucosas, a leishmaniose tegumentar é causada por onze espécies diferentes de parasitas, sendo que as três principais são a Leishmania braziliensis, a L. guyanensis e a L. amazonensis. Já foram registrados, como hospedeiros e possíveis reservatórios naturais no país algumas espécies de roedores e marsupiais.
As principais espécies de vetores envolvidassão: Lutzomyia flaviscutellata, L. whitmani, L. umbratilis, L. intermedia, L. wellcome e, L. migonei. Não há transmissão de pessoa para pessoa. O período de incubação em humanos pode variar de duas semanas a dois anos (em média, de dois a três meses).
PAÍSES COM MAIS CASOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL
Casos relatados/ano (2004-2008) | Incidência anual estimada | |
Índia | 34.918 | 146.700 a 282.800 |
Bangladesh | 6.224 | 12.400 a 24.900 |
Sudão | 3.742 | 15.700 a 30.300 |
Brasil | 3.481 | 4.200 a 6.300 |
Sudão do Sul | 1.756 | 7.400 a 14.200 |
Iraque | 1.711 | 3.400 a 6.800 |
Nepal | 1.477 | 3.000 a 5.900 |
- Fonte: "Leishmaniasis Worldwide and Estimates of Incidence", PLoS ONE, maio de 2012
Leishmaniose visceral
A leishmaniose visceral é uma doença crônica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, aumento do volume do fígado e do baço, infecções bacterianas e anemia, dentre outros sintomas. Quanto não tratada, leva à morte em mais de 90% dos casos.
O protozoário causador da doença que predomina no Brasil é a Leishmania chagasi, muito parecido com o L. infantum, presente na Europa, o que reforça a tese de que a doença veio para o país com os colonizadores.
No país, o vetor predominante relacionado à doença é o Lutzomyia longipalpis, conhecido como mosquito-palha ou birigui, de hábitos vespertinos e noturnos.
Na área urbana, o cão é considerado a principal fonte de infecção. No ambiente silvestre, os reservatórios são as raposas e os marsupiais. Os vetores picam esses animais e depois transmitem o parasita para o ser humano.
O período de incubação é bastante variável tanto para o homem, como para o cão. No homem, é de 10 dias a 24 meses (em média, de 2 a 6 meses).
L.donovani
Em países como a Índia, onde o protozoário envolvido é a Leishmania donovani, a leishmaniose pode ser transmitida de homem para homem (ou seja, o vetor pica uma pessoa contaminada e transmite o parasita para outra).
No Brasil, há um único caso descrito na literatura de infecção por L.donovani. O parasita foi detectado em um homem de 39 anos nascido no Rio Grande do Sul que residia no Rio de Janeiro. Ele foi avaliado por uma equipe do Instituto de Pesquisa Evandro Chagas/Fiocruz em 2006.
O paciente era portador do HIV e tinha tuberculose. Tinha viajado por várias regiões da América do Sul, mas nunca para fora da região.
Fontes: IOC/Fiocruz, Ministério da Saúde, Alda Maria Da-Cruz (Fiocruz), Carlos Henrique Nery Costa (Sociedade Brasileira de Medicina Tropical), Eduardo Ribolla (Unesp) e Reginaldo Brazil (Instituto Oswaldo Cruz)
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