Contaminações em Brumadinho podem ocorrer por contato direto, consumo de água e até pelo ar, expondo moradores a série de enfermidades
Rejeitos de mineração são resultado do processo de separar o minério de ferro bruto de impurezas sem valor. É essa sobra que contém restos de minério, sílica e derivados de amônia.
A Vale afirma que a lama não é tóxica. Mas especialistas garantem que há danos ambientais graves, como a contaminação do solo e da água por minério fino proveniente da sobra dos rejeitos.
A extensão do impacto ainda é difícil de ser medida. As primeiras medições, feitas no último domingo (03/05) pela Fundação SOS Mata Atlântica, surpreenderam: desde o “marco zero” da tragédia, em Brumadinho, até a hidrelétrica de Três Marias, em Felixlândia, o rio Paraopeba pode ser considerado morto.
“Mesmo os que não tiveram contato com a lama poderão se contaminar por meio do consumo de água que esteve em contato com a lama e, ainda, pela inalação da poeira gerada pela grande área exposta com essa lama”, adverte Claudia Carvalhinho Windmoller, química da Universidade Federal de Minas Gerais que coordenou uma das primeiras pesquisas sobre a contaminação o desastre de Mariana.
A composição dos rejeitos ainda não foi divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, que estuda amostras do rejeito vazado. Mas, segundo Windmoller, a lama de Brumadinho deve ser semelhante à que inundou o distrito de Bento Rodrigues em 2015.
“Estamos falando de uma lama possivelmente fonte de metais como ferro, alumínio e manganês em quantidades muito grandes, além de metais mais tóxicos, em menor quantidade, como cromo, chumbo, arsênio e níquel”, explica a química.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais orientou a população a não consumir alimentos que tiveram contato com a lama, nem mesmo os que estavam embalados e enlatados, e não ingerir água ou comer peixes do rio Paraopeba, assim como não nadar ou pescar no rio.
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