Há 10 anos, a campanha “Diga não à Leishmaniose” vem alertando a população brasileira sobre a importância de combater uma doença que cada vez mais avança no país: a leishmaniose visceral, também conhecida como calazar. Neste período, a ação atingiu milhares de brasileiros e vidas puderam ser salvas por meio da conscientização, informação e prevenção a esta patologia, que já é considerada um grave problema para a saúde pública.
Idealizada e coordenada por Marli Pó, assessora de imprensa e amiga de Clodovil Hernandes, a campanha nasceu a partir da suspeita de que Grande Otelo, um filhote negro da raça pug que Clodovil havia dado de presente a Marli, estaria com leishmaniose.
“Lembro como se fosse hoje, quando o telefone tocou em casa e Clodovil falou da necessidade do Otelo ser investigado sobre uma doença que eu nunca ouvira falar, e que infelizmente ainda não é tratada com a devida importância”, destaca Marli. “Os cães do Clodovil, pais de Otelo, haviam contraído a doença em Ubatuba. Como Otelo, mascote da campanha, viera de lá uns meses antes, existia a suspeita. Felizmente, o resultado dos exames deu negativo”. Desde então, Marli passou a pesquisar sobre a doença e os métodos de prevenção.
A leishmaniose visceral é transmitida por um mosquito-palha aos cães e ao homem, sendo fatal para os animais e podendo causar aos humanos uma série de alterações nos rins, fígado, baço e medula óssea, levando também ao óbito, se não diagnosticada a tempo de ser tratada. A patologia é a segunda doença parasitária que mais mata no mundo, atrás da malária. Na América Latina, o Brasil registra 90% dos casos e apresenta, por ano, 4 mil novas incidências em humanos e aproximadamente 200 óbitos. Em algumas regiões do país, os números apontam que a leishmaniose mata mais do que a dengue.
Pesquisas estimam que nas áreas endêmicas, para cada humano doente existam 200 cães infectados. No caso dos cães que contraíram a doença, a eutanásia tem sido recomendada no país, para controlar seu avanço.
A campanha “Diga não à Leishmaniose” existe com o objetivo de salvar vidas. Muito já se fez para a conscientização sobre a doença, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. Vários eventos já foram organizados na intenção de alertar cada vez mais pessoas e a campanha recebe o apoio de diversos artistas conceituados e de entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil e o Rotary Saúde.
Nesta caminhada, a campanha também vem contando com o apoio da coleira Scalibor, que diminui o risco do cão ser infectado por combater o vetor da doença, auxiliando na prevenção e no controle do avanço desta zoonose. Em 2015, ano em que a campanha comemora seus 10 anos, ela lança o “Projeto Scalibor”, que busca alertar os proprietários de cães para encoleirarem seus animais, uma vez que a única forma de combater a leishmaniose visceral ainda é a prevenção
"Falar da campanha, é como falar de um filho, literalmente, pois ela foi desejada e gerada, em razão de uma vida que poderia ter partido, mas que foi salva. Desde que Otelo foi diagnosticado negativo, ele e todos os cães do Clodovil passaram a usar a coleira Scalibor, como uma forma de prevenir a leishmaniose", lembra Marli.
Para este ano, diversos eventos já estão programados junto aos apoiadores da campanha, com o objetivo de que uma grande conscientização se faça em todo o Brasil. O primeiro será o IV Multirão da Saúde e cidadania - Rotary Day, que acontecerá no próximo domingo, dia 12, junto ao Rotary Club, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, das 9 às 16 horas.
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