Representantes da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (SES), do Núcleo de Endemias, Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), do Centro de Zoonose do município e da Vigilância Epidemiológica Municipal de Aracaju, participaram de uma videoconferência com o Ministério da Saúde para discutir diretrizes a serem tomadas em relação ao combate à Leishmaniose Viscerais.
A reunião focou em sensibilizar os profissionais para a importância do diagnóstico precoce da doença, que está espalhada e é crescente por todo o território sergipano. O grupo discutiu estratégias para descentralizar os testes rápidos para Leishmaniose, tornando o resultado mais rápido e eficiente.
Segundo o coordenador do Lacen, Cliomar Alves dos Santos, o serviço realiza uma média mensal de 40 exames e o tempo do resultado é de sete dias. Ele alerta que poucos médicos solicitam esse exame.
“Fazemos muitos exames para Dengue e Zika, que na maioria das vezes não dá resultado reagente e que poderia ser um resultado para Leishmaniose, pois os sintomas são facilmente confundidos”, alerta.
Os sintomas nos seres humanos são: febre, emagrecimento, aumento do tamanho do baço e do fígado, palidez, fraqueza, edemas, icterícia (cor amarelada da pele e dos olhos), hemorragias, quadros infecciosos e tosse.
A Leishmaniose Visceral (ou Calazar) é causada por um protozoário transmitido pelo Flebotomíneos (Mosquito Palha ou Birigui), que tem como um dos principais hospedeiros o cão doméstico. No homem, quanto mais cedo for diagnosticada a doença, maiores serão as chances de cura. No cão, não há indicação de tratamento, pois não há comprovação cientifica de cura.
Controle da doença
Segundo Sidney Sá, a execução do programa de controle e eliminação da Leishmaniose Visceral é de responsabilidade dos próprios municípios. Eles contam o apoio técnico da SES e do Ministério da Saúde para o fornecimento de insumos estratégicos, como inseticidas e medicamentos para o tratamento humano.
“Para fazer o controle da doença, é necessário que as Secretarias Municipais de Saúde façam a investigação dos casos, inclusive nos animais, o controle do vetor através do uso de inseticida em áreas infestadas pelo mosquito transmissor, ações voltadas para educação em saúde da população. Ainda é preciso que haja o manejo ambiental. O proprietário do cão que desejar fazer exame sorológico para diagnóstico da Leishmaniose Visceral deve procurar um Centro de Zoonoses do seu município (caso possua) ou a Secretaria Municipal de Saúde para solicitar o exame”, explica a coordenadora.
“Os exames são realizados primeiro nos municípios, com o uso de um Teste Rápido para fazer uma triagem dos animais suspeitos. O sangue dos animais que derem resultado positivo, e 10% dos negativos, é enviado para o Lacen, da SES, para confirmação ou não do caso. Em caso de positivo, o animal deve ser submetido à eutanásia. Embora existam várias pesquisas sobre o tratamento dos animais positivos, seguimos protocolo do Ministério da Saúde que recomenda a retirada dele do meio ambiente”, explica Sidney Sá.
Leishmaniose em números
Neste ano, já foram confirmados 34 casos Leishmaniose Visceral em Sergipe. Desses, 25 que realizaram o tratamento correto ficaram curados e nove foram a óbitos.
Entre 2011 e 2015, foram 385 notificações, 256 confirmações, 214 pessoas curadas e 29 óbitos. As faixas etárias com maior incidência da doença são os adultos entre 20 e 39 anos, seguido das pessoas com idade entre 40 e 59 anos e, por último, as crianças de 0 a 4 anos.
De janeiro até a primeira semana de novembro, Aracaju foi o município que teve maior incidência da doença, com 24 casos. Nossa Senhora do Socorro apresentou três casos, dois deles com diagnósticos de cura. Já em Santana do São Francisco foram dois casos, ambos curados, e a Barra dos Coqueiros, juntamente com Ilha das Flores, Itabaiana, Neópolis e Santa Rosa de Lima, apresentaram uma confirmação cada.
por Agência Sergipe
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