Grande Otelo

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Tela feita pelo grafiteiro CRÂNIO, em apoio à campanha.

Apoio de várias celebridades

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Hebe Camargo num lambeselinho em Grande Otelo, mascote da campanha.

sábado, 1 de dezembro de 2012


Leishmaniose mata mais que dengue

Ednéia Silva

A dengue se tornou uma preocupação nacional nos últimos anos, desde que as epidemias da doença se intensificaram. Campanhas de combate ao mosquito Aedes aegypti são realizadas durante o ano todo, principalmente no verão. Enquanto os olhares se voltam para a dengue, a leishmaniose visceral ganha terreno no país.

Levantamento feito pelo Ministério da Saúde revela que de 2000 a 2011 foram registradas 2.609 mortes por leishmaniose visceral contra 2.847 por dengue. Nesse período, a doença matou mais que a dengue em nove estados brasileiros: Pará (153 contra 116), Tocantins (173/22), Maranhão (334/114), Piauí (178/35), Ceará (268/258), Paraíba (31/21), Bahia (280/156), Minas Gerais (445/177) e Mato Grosso Sul (194/65).

Também conhecida como calazar, a leishmaniose é causada pelo mosquito Lutzomyia longipalpis, espécie de mosquito-palha. Antes restrita às áreas rurais, a leishmaniose tem se espalhado pelos territórios urbanos, o que preocupa os agentes de saúde. No Sudeste, por exemplo, região mais populosa do país, o número de casos dobrou em 11 anos, saltando de 314 para 592. Já o número de mortes foi quase seis vezes maior, subindo de nove para 52.

Segundo Solange Mascherpe, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Rio Claro, o mosquito é encontrado cada vez mais em área urbana: “É uma doença que estamos atraindo para os centros urbanos devido ao desmatamento de florestas e matas”, afirma.

A Vigilância Epidemiológica (VE) informou que neste ano Rio Claro registrou dois casos de leishmaniose tegumentar americana, que atinge a pele e mucosas, ao contrário da visceral, que afeta os órgãos internos. O tipo visceral não teve casos registrados.

De acordo com o órgão, o CCZ “trabalha preventivamente através de armadilhas que são montadas em locais favoráveis ao mosquito transmissor, como lugares em que há grande concentração de folhas e fezes de cães e galinhas. Também são ministradas palestras sobre esse tema”.

Além disso, quando há confirmação de casos, a Vigilância Epidemiológica informa o CCZ, que faz busca ativa no local à procura do mosquito. A leishmaniose visceral é uma doença grave, que atinge humanos e cães. A transmissão ocorre através da picada da fêmea do mosquito-palha, que se reproduz em matéria orgânica. Segundo o órgão, não há transmissão direta entre pessoas ou entre pessoas e cães.

Maiores informações sobre a doença podem ser conferidas no site do CCZ: www.cczrioclaro.wordpress.com.



Esta é uma reprodução da notícia publicada na edição impressa do Jornal Cidade

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