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segunda-feira, 13 de junho de 2011
Aquecimento global pode aumentar incidência de doenças
Uma pesquisa mostra que as mudanças climáticas tendem a ampliar a abrangência geográfica das doenças infecciosas como a leishmaniose
A leishmaniose, transmitida por mosquitos do gênero Lutzomyia, é uma das doenças que se expanderm com a ajuda das mudanças climáticas
São Paulo -- Relacionadas entre si, as mudanças climáticas globais e as mudanças do uso do solo podem alterar a abrangência geográfica de determinadas doenças infecciosas. Nesse contexto, um grupo de pesquisadores brasileiros está estudando as alterações do mapa epidemiológico de duas doenças infecciosas emergentes na Amazônia Ocidental. O objetivo é desenvolver um sistema de alerta precoce para as doenças, viabilizando a adaptação aos impactos negativos das mudanças ambientais sobre a saúde humana.
De acordo com Cesário, o projeto monitora as mudanças ocorridas no mapa epidemiológico da bartonelose e da leishmaniose cutânea na região da tríplice fronteira, entre Brasil, Bolívia e Peru. As duas doenças são transmitidas pelo mesmo vetor: os mosquitos flebotomíneos do gênero Lutzomyia.
Bartonelose
A bartonelose, doença emergente originária dos Andes, é causada pela bactéria Bartonella bacilliformis e provoca fraqueza, anemia, febres e calafrios. A doença, também conhecida como “verruga peruana”, pode se apresentar na forma conhecida como “bartonelose verrucosa”, produzindo lesões que se assemelham a tumores de pele.
A leishmaniose, zoonose comum a humanos e cães, é causada por protozoários flagelados do gênero Leishmania e pode adquirir a forma visceral ou cutânea. Esta última, também conhecida como “úlcera de Bauru”, gera lesões na pele e pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca.
“O objetivo do estudo é desenvolver um sistema de alerta precoce para essas doenças diante das profundas mudanças socioambientais que essa região está enfrentando. Além dos impactos das mudanças climáticas globais e do desmatamento, há impactos causados por mudanças sociais profundas em virtude de grandes projetos de desenvolvimento e intensos fluxos migratórios na região”, disse Cesário à Agência FAPESP.
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