19/12/2011 - 12h42
José Marques
Jaciara
A prefeitura de Jaciara alerta a população sobre os riscos de se manter criadouros de galinhas e porcos dentro da área urbana. As vigilâncias Sanitária e Ambiental alegam que as condições de insalubridade, como são criados estes animais, afetam a saúde pública e podem desencadear doenças graves, dentre elas a leishmaniose visceral (LV).
Segundo a coordenadora da Vigilância Ambiental, Cenita Maria de Oliveira, esta foi a conclusão de uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realizada durante três anos, com um grupo de crianças e cães. Ela explica que o estudo revela que o risco de contrair LV é de duas a quatro vezes maior entre crianças que vivem em casas com criações desses animais.
Outra informação prestada é a de que pesquisas, que vem sendo realizadas pelos técnicos da Secretaria de Estado de Saúde, mostram grande incidência do Lutzomyia Cruzi (transmissor da LV) e do Lutzomyia Whitmani (transmissor da leishmaniose tegumentar) em domicílios de Jaciara. “A preocupação em nosso município aumenta devido aos casos de leishmaniose visceral registrados esse ano”, alertou Cenita.
A coordenadora lembra a população sobre suas responsabilidades para a eficácia no combate a LV e cita a Lei Municipal n.º 1059/07, que evidencia em seu artigo 109 a obrigatoriedade dos proprietários e responsáveis por residências, terrenos, etc., em adotar as medidas necessárias para manutenção em perfeitas condições de higiene isentas de animais da fauna sinantrópica e outros prejudiciais à saúde e ao bem estar do homem.
Durante o mês de outubro a Secretaria Municipal de Saúde organizou uma ação de sensibilização e prevenção contra a leishmaniose, onde foi realizado um mutirão de orientação foi realizado nos bairros Santa Luzia e Santa Rita, região que teve um caso notificado.
Para isso foi selada uma parceria com o Posto de Saúde Familiar 7 (PSF) que abrange as adjacências. “Visitamos um total de 195 residências, onde fizemos essa sensibilização quanto a prevenção da leishmaniose visceral”, garantiu Cenita.
Segundo a coordenadora, foram encontrados diversos locais propícios a proliferação do inseto flebótomo, popularmente conhecido como mosquito palha, hospedeiro intermediário da doença. “Encontramos muitos ambientes favoráveis ao mosquito, como criações de aviários, locais sombreados e com matéria orgânica. É importante que as famílias se conscientizem em realizar a limpeza desses lugares”, alertou.
O secretário Municipal de Saúde, Régis de Oliveira Campos, chama a atenção para os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), onde é apontado que, anualmente, cerca de dois milhões de pessoas contraem leishmaniose. As informações indicam ainda que a enfermidade faz parte das chamadas doenças negligenciadas, ou seja, aquelas que atingem principalmente populações pobres.
A leishmaniose é caracterizada pela OMS como uma das seis doenças infecciosas mais importantes do mundo e divide-se principalmente em Visceral/Muco cutânea, que tem como principais sintomas a febre por período prolongado, emagrecimento progressivo e crescimento do abdômen e Tegumentar, que além da febre, se caracteriza pelo aparecimento de feridas indolores que não cicatrizam.
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