Leishmaniose visceral canina
por Mayra Felício de Lima
No último dia 11, sexta-feira, ocorreu em Jales o II SEMINÁRIO SOBRE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA, organizado pela Comissão do Meio Ambiente da OAB/Jales e pela Associação Independente de Proteção e Bem Estar Animal de Jales. Com o objetivo de obter o maior número de informações sobre o tema, participei desse evento, que contou com a presença de grandes estudiosos sobre o assunto, entre eles o Dr. Fábio dos Santos Nogueira (Andradina/SP), o Dr. André Luis S. da Fonseca (Campo Grande/MS) e o Dr. Paulo Tabanez (Brasília/DF), todos sócios fundadores do BRASILEISH, que é um Grupo de Estudos em Leishmaniose Animal. A leishmaniose visceral é uma doença grave, que acomete os mamíferos, e se não tratada, pode levar à morte até 90% das pessoas acometidas. É causada pelo protozoário Leishmania, que é transmitido para o homem através da picada da fêmea de um inseto flebotomíneo, popularmente conhecido como mosquito palha, quando esta pica animais infectados e, posteriormente, pica os humanos. Nas áreas urbanas o cão é considerado o principal reservatório da leishmania, mas não o único, já que animais silvestres, gatos, ratos e mesmo o homem podem atuar como reservatórios. Quando infectados, os cães são considerados fontes de infecção para o inseto transmissor, e, portanto, um risco à saúde de todos. Como os sinais clínicos da leishmaniose visceral nos cães são comuns a várias outras enfermidades, o diagnóstico clínico é difícil, e a única forma de detectar a infecção nesses animais é com exames de laboratório específicos. Nos cães, os sinais clínicos mais comuns da Leishmaniose Visceral incluem: apatia, lesões de pele, queda de pêlos (inicialmente ao redor dos olhos e nas orelhas), emagrecimento, conjuntivite; crescimento anormal das unhas. Procure sempre um Médico Veterinário, é o único profissional habilitado para a realização do diagnóstico da doença.
No Brasil, o Programa de Controle da Leishmaniose Visceral do Ministério da Saúde recolhe e realiza a eutanásia dos cães infectados, mesmo os que não apresentam sinais clínicos. Em Fernandópolis, segundo a equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), ainda não houve registro de casos positivos em cães neste ano, tendo sido realizados aproximadamente trinta exames em animais suspeitos. O Centro de Zoonoses de Fernandópolis realiza gratuitamente o exame de triagem da Leishmaniose Visceral Canina, basta ligar e agendar um horário para levar seu cão para a coleta do material realizada pelo Dr. Mileno. O material é enviado ao Instituto Adolfo Lutz, e demora aproximadamente vinte dias para ficar pronto.
Mas o não registro pelo CCZ de cães portadores de leishmaniose em nossa cidade não significa que estamos imunes à doença, pois cidades próximas como Jales, Urânia e Santa Fé do Sul, entre outras, são consideradas áreas endêmicas da Leishmaniose Visceral, o que significa, segundo os epidemiologistas, que é só uma questão de tempo para que Fernandópolis também comece a registrar casos de leishmaniose visceral em cães e/ou em humanos. Por isso, toda a população deve colaborar para o controle do inseto, que é o vetor da doença (que na realidade deveria ser o foco da atuação dos programas governamentais, visto que o controle através da eutanásia dos cães não tem surtido efeito, segundo a OMS), além de adotar medidas de proteção para os seus cães. Algumas recomendações:
-Mantenha o seu quintal limpo para evitar a procriação do mosquito;
- Não crie galinhas na cidade. A fêmea do mosquito palha precisa de sangue para maturação de seus ovos, e para isso picam principalmente as aves domésticas;
- Coloque produtos ou coleiras impregnadas com deltametrina 4% nos cães. É um método muito eficaz, recomendado pelo Ministério da Saúde, que repele e mata o mosquito transmissor da Leishmaniose;
- Não deixe seu cão solto nas ruas;
-Vacine seu cão, existem vacinas que conferem até 95% de proteção;
Homens e animais juntos contra
a Leishmaniose e a favor da vida.
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