No CE, mulher denuncia demora do recolhimento de cão com calazar
Cozinheira diz ter feito 40 ligações para Centro de Controle de Zoonoses.
Órgão teria dito que "não tem previsão" para recolher animal contaminado.
A cozinheira Jaqueline Marília reclama que, desde que o cachorro foi diagnosticado com calazar, na última segunda-feira (22), liga todos os dias para o Centro de Controle de Zoonoses de Fortaleza para que o animal seja recolhido pela carrocinha, mas até esta quinta (25) nada foi feito. “Já fiz mais de 40 ligações desde segunda-feira”, diz. O órgão responsável pelo recolhimento teria informado à mulher que “não tem previsão” para pegar o cachorro contaminado.
Jaqueline conta que o cachorro da raça beagle começou a apresentar os sintomas de calazar há três semanas e que um exame foi realizado na segunda (22) em clínica veterinária para comprovar a doença. A mulher não tem carro para transportar o animal até o Centro de Controle de Zoonoses e está preocupada porque a filha de 11 anos convive com o cachorro contaminado.
A coordenação do controle de leishmaniose do Centro de Zoonoses de Fortaleza informou que o prazo de recolhimento de animais examinados pelo Centro e confirmados com calazar é de uma semana. No caso da Jaqueline Marília, que tem o laudo emitido por outro lugar, o prazo se estende por até 20 dias.
Segundo o órgão municipal, quando um animal estiver com suspeita de calazar deve ser levado e examinado na Regional do bairro, onde há espaços para recolher o material e levar para análise. O tempo total entre o primeiro exame e o recolhimento do animal é de cerca de um mês.
Ceará registra 22 óbitos por calazar este ano
A doença calazar ou leishmaniose visceral pode ser transmitida ao homem através da picada do mosquito flebotomíneo. Os animais infectados com maior grau de importância em relação aos humanos são os cães, os roedores e os próprios humanos. No Ceará, em 2011, foram registrados 249 casos de pessoas com calazar e 22 óbitos, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado.
A prática mais utilizada para reduzir o número de casos da leishmaniose é a eutanásia dos cães. Alguns especialistas são contra o procedimento, mas para os Ministérios da Agricultura e da Saúde ainda é o procedimento mais indicado. De acordo com o médico Manuel Fonseca, coordenador de Promoção e Proteção à Saúde do Estado, uma liminar determina que somente animais diagnosticados como terminais e com laudo veterinário que comprove calazar possam ser sacrificados por meio da eutanásia.
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