A Leishmaniose está se alastrando, apoie esta causa enquanto você não tem uma história para contar!
Uma ferida no braço foi o sinal de alerta para a corretora de imóveis Cristina Zanuto. Ao retornar para São Bernardo do Campo/SP, depois de uma viagem a Santa Izabel/SP, percebeu que estava com uma ferida que não parava de crescer, semelhante a uma espinha.
Foi então que consultou um dermatologista que não identificou o problema e receitou algumas pomadas. Após 30 dias sem resultados, Cristina procurou outro especialista que constatou, com a ajuda de um professor da USP, que ela havia contraído a Leishmaniose Cutânea. “Começei a recapitular minha rotina para saber como poderia ter contraído a doença e cheguei a conclusão de que só poderia ser em Santa Izabel, onde operários vindo do Norte estavam construindo uma ponte. Na época a doença era muito segmentada nas regiões Norte e Nordeste, provavelmente um deles tinha a doença e o mesmo mosquito que os picou, me atingiu também”, conta Cristina.
Com o diagnóstico, o município e São Bernardo do Campo forneceu medicamento para os 60 dias de tratamento, gratuitamente. “Foi uma doença muito silenciosa, que eu desconhecia. Fiquei horrorizada com a gravidade a que pode chegar e com a falta de conhecimento da população”.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que 500.000 casos novos de Leishmaniose Visceral ocorram anualmente, sendo que, 90% deste número está dividido entre Bangladesh, Brasil, Índia, Nepal e Sudão
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Panorama da leishmaniose visceral no Brasil
Considerada uma doença de caráter eminentemente rural, a leishmaniose visceral vem se expandido para áreas urbanas tornando-se um crescente problema de saúde pública.
O Brasil registra 90% dos casos da doença na América Latina, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) e hoje a doença já se espalhou pelas cinco regiões do país. Dados do Ministério da Saúde mostram que de 2000 a 2009 foram registrados 34.583 casos humanos, com 1.771 mortes. Em 2009, a região Nordeste apresentava 47,5% dos casos, seguida pelas regiões Norte (19,2%), Sudeste (17,4%), Centro-Oeste (7,4%) e Sul (0,2%).
Grave, a leishmaniose visceral é uma doença crônica, sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, adinamia e anemia, dentre outras manifestações. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos.
Leishmaniose Cutânea e Mucocutânea
Há aproximadamente 20 espécies de Leishmania (um gênero de protozoários da ordem Trypanosomatida, que inclui o parasita causador da leishmaniose) que podem causar leishmanioses cutâneas. A forma mais comum é transmitida pelas picadas da mosca de areia, que causa uma infecção de pele.
Já o tipo mucocutânea é a mais temida porque produz lesões destrutivas, podendo desfigurar o rosto.
As feridas decorrentes da leishmaniose cutânea geralmente saram por si mesmas, sem tratamento. Porém, isso pode levar meses ou até anos, além de deixar cicatrizes feias. Fora que há o risco de alguns tipos de parasitas se espalharem da pele para o nariz e boca causando feridas nesses locais (leishmaniose mucosa). A melhor forma de prevenir a leishmaniose mucosa é tratar a infecção cutânea antes que ela se espalhe. Se não forem tratados, casos graves (avançados) de leishmaniose visceral podem causar a morte do paciente.
Por Érica Nacarato
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