Veterinários de Fortaleza mostram-se preocupados com a leishmaniose

Dados do Ministério da Saúde apontam que de 2007 a 2010 foram notificados 1958 casos de leishmaniose visceral em humanos no Estado do Ceará

No início de agosto, Médicos Veterinários de Fortaleza/CE participaram da palestra “Leishmaniose Visceral: Como Enfrentar esse Desafio”, doença de grande importância para a saúde pública por se tratar de uma zoonose de alta letalidade. Na oportunidade, Andrei Nascimento, Médico Veterinário e Gerente Técnico da MSD Saúde Animal, apresentou a importância de utilizar coleiras impregnadas com deltametrina a 4% nos cães, princípio-ativo repelente e inseticida, recomendado pela Organização Mundial de Saúde como uma das ferramentas auxiliares na prevenção da leishmaniose; e o coordenador de Leishmaniose de Fortaleza, Dr. Sérgio Franco, apresentou os dados e casos atuais na cidade.

Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan / Ministério da Saúde, de 2007 a 2010 foram notificados 1958 casos de leishmaniose visceral em humanos no Estado do Ceará. Em 2010, foram notificados 16 casos de óbitos em Fortaleza e, apenas em agosto desse ano, já foram 10 óbitos oficiais. “Ainda há muita carência de informação sobre a leishmaniose visceral nas diversas cidades brasileiras, até mesmo no Estado do Ceará, região endêmica. Por isso, promovemos a palestra para ressaltar a importância da prevenção, já que o cão é a principal fonte de infecção e reservatório da doença no meio urbano e, quando diagnosticado com a doença, deve ser eutanasiado, segundo as orientações do próprio Ministério da Saúde”, ressalta.

A leishmaniose é transmitida, principalmente, através da picada de um inseto conhecido popularmente como “mosquito palha”. O cão tem um importante papel na manutenção da doença no ambiente urbano visto que pode permanecer sem sintomas mesmo estando doente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a leishmaniose visceral registra anualmente 500 mil novos casos humanos no mundo com 59 mil óbitos. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% das ocorrências. Na América Latina, ela já foi detectada em 12 países e, destes, cerca de 90%dos casos acontecem no Brasil, onde, em média, 3.800 pessoas são infectadas anualmente.

Apesar de classificada como doença de caráter rural, a boa adaptação do mosquito transmissor à vida urbana tem permitido a rápida expansão da doença no Brasil. Os desmatamentos, processos migratórios e o crescimento desordenado também contribuem para essa expansão e alteração do perfil epidemiológico da doença. “Por isso é de extrema importância adotar medidas preventivas para evitar que o cão seja infectado”, ressalta o Médico Veterinário e gerente Técnico da MSD Saúde Animal, Andrei Nascimento. “Pesquisadores estimam que nas áreas endêmicas, para cada humano doente, existam 200 cães infectados”, finaliza.

Sobre a MSD Saúde Animal
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