Triângulo MineiroMapeamento é feito em Divinópolis, MG, para combater a leishmanioseEste ano já foram registrados três casos em humanos e 147 em cães. Resultados poderão ser utilizados na criação de estratégias de combate.
Do G1 Triângulo Mineiro
O número de casos registrados de leishmaniose em Divinópolis , no Centro-Oeste do estado, tem preocupado as autoridades. Este ano foram três casos em humanos e 147 em cães, sendo que a maioria dos animais foi sacrificada. Para identificar a real situação da leishmaniose na cidade, estudantes da Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), em parceria com a Prefeitura Municipal e a Fundação Osvaldo Cruz, iniciaram um trabalho de pesquisa e mapeamento dos casos na cidade.
Segundo o Centro de Referência de Vigilância em Saúde Ambiental (Crevisa), de 2009 a 2012 foram identificados 845 casos de leishmaniose canina em Divinópolis e, em humanos, de 2007 a 2012 já são 15 registros da doença. Para que o índice não avance, o coordenador da Crevisa, Alex Marcelino Borges, explicou que a recomendação é do Ministério é o sacrifício do animal. "As recomendações do Ministério da Saúde é que não se faça tratamento nos animais. A recomendação é a eutanásia com o sacrifício do animal", disse.
O cão doméstico é o principal reservatório do parasita da doença. Por isso o enfermeiro Juliano Jean de Oliveira levou a cadela para fazer uma consulta e vai ter de sacrificá-la. Este será o terceiro animal dele infectado pela doença. "Começou com as irmãs dela que foram sacrificadas. A veterinária orientou para que eu a trouxesse, pois na região do Bairro Bom Pastor é muito infectado. Se não usar coleira, não adianta ter cachorro lá", disse .
A veterinária Flaviane Santos, explicou que, mesmo se os animais não apresentarem os sintomas, devem ser levados para fazer o exame. "Os casos têm crescido muito e a população tem que ficar muito atenta. Até mesmo se os cães não tiverem sinais clínicos, tem que trazer para fazer o exame, pelo menos, a cada seis meses", contou.
O trabalho, que é credenciado pelo Ministério da Saúde e pela Fundação Ezequiel Dias, já está na terceira e última etapa, feita em laboratório: é o inquérito sorológico canino. "A cidade tem uma infecção canina que é considerável, com algumas áreas apresentando 3% de cães infectados. Além disso, a gente conseguiu identificar pequenos mamíferos, ou seja, os reservatórios infectados naturalmente. O que demonstra que o ciclo da doença está mantido na cidade", ressaltou. Os resultados poderão ser utilizados na criação de estratégias mais eficientes de combate e controle da doença em Divinópolis.
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