Leishmaniose em Brasília e o assassinato de cães em Brasília.
Amigos defensores dos animais.
Ocorre neste exato momento que eu escrevo (e já vem acontecendo, faz anos) a chacina de cães executada pela Secretaria de Saúde do GDF em nome de um “projeto” para erradicar a leishmaniose visceral na cidade. Escrevi na época do início do tal projeto um texto, que contra a minha vontade não foi publicado em nenhum jornal.
O motivo que busco a vossa ajuda, é que correm boatos que a presidente Dilma gosta de animais e talvez estejamos em outro momento político. Quem sabe um de vocês levasse esse texto ao conhecimento do deputado Ricardo Tripoli, com o intuito de terminarmos com essa crueldade.
Segue o texto.
“A Secretária de Saúde do GDF travestida de entidade preocupada com a saúde da população apresentou um espetáculo teatral digno de Ionesco, com vinhetas de Kafka. Foi no Colégio do Sol onde se reuniram alguns moradores do lago Norte e Varjão para esclarecimentos sobre a Leishmaniose Visceral, com alguns poucos casos humanos na cidade.
Usando o mesmo terrorismo já disseminado na mídia, a Secretaria conclamou os moradores que fizessem a eutanásia (ou sendo menos castiço, a chacina) de seus cães que apresentassem resultado soro positivo para um teste, aliás, não conclusivo.
O despreparo técnico de tal Secretaria (acompanhada por sua congênere de maior hierarquia, ou seja, o Ministério da Saúde) vai ao absurdo que nem os autores literários acima citados poderiam imaginar. Senão vejamos:
1. Não sabiam (e talvez não queiram saber) que hoje não há país moderno que use a eutanásia de cães para conter o surto de leishmaniose. Queria aqui lembrar que a Inglaterra não procede dessa maneira, ela que por séculos colocou em restrita quarentena de meses qualquer cão que chegasse do continente.
O verdadeiro vetor da doença é um tipo de mosquito que infecta o cão, que infecta outros mosquitos (que o sugam), e que eventualmente infectam o homem. Acabar com os mosquitos nem pensar... É muito caro e não produz votos.
2. Informaram, via uma portaria interministerial, que um proprietário canino não deve aplicar uma vacina de comprovada eficiência no animal, pois atrapalha os testes do governo e assim não podem decidir se o cão deva ser morto ou não... Ou seja, para usar uma técnica medieval (a morte) impedem que a doença possa ser contida pelo uso de vacinas.
3. Não sabiam que a universidade de Minas Gerais criou uma vacina que não apresenta o problema mencionado aos testes do governo. Não estou falando do Azerbaijão ocidental e sim de um estado vizinho.
4. Não sabiam que estão sendo realizados estudos sobre a transmissão da doença para humanos via ratos que, aliás, proliferam no Largo Norte e por Brasília inteira. Não lhes convém saber disso, pois ratos não têm proprietários e é uma responsabilidade da saúde pública exterminá-los.
5. Fingem não saber, que os testes do governo são inconclusivos e que por isso milhares de animais saudáveis foram sacrificados em vão.
Finalmente, para espanto geral, a “presidente da mesa” depois de ouvir vozes dissonantes em relação à opinião oficial prometeu marcar um encontro com veterinários ali presentes para se discutir, e eventualmente alterar, os procedimentos governamentais... Aliás, tal encontro nunca ocorreu... Então me pergunto por que só agora? Quantos animais não foram mortos sem motivo por esses senhores e quantos ainda continuarão, uma vez que nunca houve discussão...
Mas o que dói mais é saber que a doença que mais mata em Brasília não é a leishmaniose, mas sim a fila nos hospitais do governo onde falta tudo... Uma vergonha.
Alvaro Salla
salla@maffei.com.br,
_________________________________________________________________________
Por favor, encaminhe este email para as autoridades competentes, para os políticos que elegemos para defender os animais, e também para a imprensa. Que eles façam alguma coisa para impedir tamanha crueldade . Cada um fazendo o que é da sua competência.
Obrigada.
Nirley
Nenhum comentário:
Postar um comentário