Grande Otelo

Grande Otelo
Tela feita pelo grafiteiro CRÂNIO, em apoio à campanha.

Apoio de várias celebridades

Apoio de várias celebridades
Hebe Camargo num lambeselinho em Grande Otelo, mascote da campanha.

domingo, 23 de outubro de 2011

SOROCABA - Produtor rural busca atendimento para tratamento de leishmaniose



o Produtor rural Mauro dos santos, de 53 anos, espera consulta.


Samira Galli
samira.galli@jcruzeiro.com.br

Diagnosticado com leishmaniose, o produtor rural do bairro Caguaçu, Mauro dos Santos, de 53 anos, sofre há cinco meses com uma úlcera aberta na perna direita e não consegue completar o tratamento para a cura da doença na Policlínica Municipal Especialidades. Apesar do produtor ter ido buscar ajuda clínica particular, a doença só pode ser tratada pelo poder público. "Não consigo me tratar de nenhum jeito", lamenta Santos. Outros quatro moradores do bairro foram diagnosticados com a doença e já medicados. Apesar dos números, a Vigilância Sanitária (VE) afirma que não há registro de surtos da doença na cidade. Segundo dados da Secretaria de Saúde (SES), em 2010, Sorocaba registrou seis casos de leishmaniose tegumentar. Neste ano, até ontem, foram registrados cinco casos da doença.

A leishmaniose é transmitida ao homem pela picada de mosquitos flebotomíneos, chamados de "mosquito palha" ou birigui. Santos afirma que esse mosquito é comum na região. O produtor conta que a doença se manifestou através de uma mancha roxa do tamanho de uma moeda de R$ 1, com a picada do mosquito no centro.

Com o avanço da doença, Santos passou por quatro médicos vasculares até surgir a suspeita de leishmaniose. Encaminhado para a Policlínica, ele passou por um médico dermatologista que contestou os exames feitos em rede particular, e encaminhou Santos a realizar novamente todos os exames. Entretanto, até agora, ele não conseguiu retornar ao tratamento, já que teve a consulta desmarcada por duas vezes.

Com dores intensas, o produtor rural conta que passa noites em claro e está impossibilitado de andar há cinco meses. Abalado, Santos tem tomado todos os tipos de fármacos para aliviar as dores. "Tomei muitos antibióticos e antidepressivos, porque não aguento mais ficar nessa situação. Cheguei a acabar com um frasco de lisador por dia por causa da dor. Se me dessem veneno falando que a dor ia melhorar, eu tomava."

Vizinho de Santos, o lavrador Jucelino Espinosa Rodrigues, 37, também já pegou a doença, e ficou quase um ano com duas feridas expostas nas pernas. "Demoraram quase seis meses para me darem o remédio. Mas bastou 28 dias tomando o soro que fiquei curado", comemora.


Secretaria de Saúde


A VE informou em nota que toda ação de monitoramento do vetor da leishmaniose é feita pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), órgão estadual, e que "todas as medidas de rotina são efetivas para o controle da doença em Sorocaba."

A SES afirma que a consulta de Mauro dos Santos já está agendada para segunda-feira na Policlínica. Afirma ainda que, por causar efeitos colaterais muito graves, é necessário que haja a confirmação do diagnóstico e que o paciente passe por uma avaliação severa para receber o medicamento para o tratamento da leishmaniose (Glucantime), que só é disponibilizado pela rede pública de saúde.

Apesar de não existir registro de surtos da doença em Sorocaba, a VE afirma que há um número maior de casos registrados nas regiões rurais. A pessoa que apresentar lesões de pele com aspecto de úlcera, com bordas elevadas e fundo granuloso, geralmente indolor, deve procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima de casa.

A VE orienta a população para que mantenha quintais e terrenos baldios limpos, evitando assim possíveis criadouros do mosquito vetor; manter ambientes externos livres da presença de matéria orgânica e manter animais domésticos saudáveis, recebendo cuidados veterinários constantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário