Angélica Queiroz
Começou ontem a coleta de material para realização do inquérito sorológico que diagnostica a leishmaniose visceral canina (LVC). O primeiro local visitado foi o Condomínio Monte Verde, região leste da capital, onde 53 dos 99 cães foram submetidos à coleta. A medida está sendo implementada na região onde um inquérito anterior diagnosticou três cães com a doença. O trabalho deve durar três semanas. Uma equipe da Secretaria de Saúde de Goiânia visitará três condomínios da região que, de acordo com a Divisão de Controle da Leshmaniose, abrigam mais de 673 cães.
A estudante Jéssika Medola recebeu a equipe da divisão de controle da leishmaniose em sua casa e na de uma amiga, que estava viajando, para realização do teste no cachorro Urbano e na mãe dele Safira, que pertence á amiga. Ela conta que, apesar de sentir dó dos animais por eles receberem agulhadas, considera a medida importante, pois o cão é o principal reservatório da doença no ambiente doméstico, independente de apresentar sinais clínicos ou não.
Segundo a veterinária chefe da divisão de controle da leishmaniose, Sabrina dos Santos Arruda, a população tem recebido bem a equipe, principalmente porque a maioria tem informações sobre os casos diagnosticados. Ela conta que, em maio, quando foi realizado inquérito anterior, houve resistência em realizar o exame por parte dos donos, pois o cão que apresentar resultado positivo precisa ser eutanasiado. Dessa vez, os moradores receberam, por carta, recomendações sobre a ação do departamento e sobre medidas que eles devem tomar para a prevenção.
O tratamento dos animais infectados é proibido pelo Ministério da Saúde, pois não é considerado eficiente e não impede que eles continuem transmitindo a doença. Mesmo assim, por muitos considerarem o animal de estimação como membro da família, ainda há um problema. “Alguns donos já me disseram que, caso o resultado seja positivo, não vão entregar seus animais para o sacrifício”. Nesses casos, a divisão de controle precisará de uma ordem judicial para recolher os animais, processo que pode levar algum tempo.
A veterinária lembra que quanto mais rápido os animais que tiverem LVC forem eutanasiados, menos cães e pessoas serão infectados pela doença. Por isso, ela ressalta que os donos têm uma responsabilidade grande no controle da doença. Apenas os resultados liberados pelo laboratório de referência do Estado (Lacen) serão considerados oficiais para fins de diagnóstico e, por isso, aqueles feitos por laboratórios particulares não serão considerados. Os donos serão notificados por telefone assim que os exames ficarem prontos, processo que deve levar cerca de um mês.
A leishmaniose é uma doença infecciosa grave, crônica, que acomete principalmente idosos e crianças. É transmitida pela Lutzomia longipalpis, popularmente chamado de mosquito palha, contaminado através da picada de animais infectados.
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