Diario Online/PX
O trabalho incessante dos agentes de endemias do município no combate à dengue e a leishmaniose recebeu um reforço neste sábado, 23 de julho. Durante uma blitz educativa realizada na rodovia Ramón Gomes, principal via de acesso à Bolívia, integrantes do Projeto Rondon somaram esforços aos dos agentes na busca de alertar e orientar quem atravessava os dois lados da fronteira sobre as doenças.
Panfletos sobre a forma de combater a proliferação dos mosquitos Aedes Aegypti, transmissor da dengue, e do Flebótmo, vetor da leishmaniose, bem como sintomas das doenças eram distribuídos em versões bilíngües (Português/Espanhol) com o propósito de atingir as populações que vivem em circulam na fronteira.
Jackson Uchôa, agente de vigilância em Saúde de Corumbá, explica o porquê reforçar a ação na região fronteiriça. "A ideia é formar multiplicadores tanto aqui quanto lá", disse ao destacar que, ao contrário do que muitos pensam, não existe época específica para combater a dengue. "É alertar a população que podemos ter dengue mesmo quando ela acha que não vai ter. Mesmo nessa época em que não há grande incidência da doença. Se tiver com sintomas como dor de cabeça e fraqueza, procurar um posto de saúde mais próximo, não se medicar. Os ovos do mosquito podem ficar até 500 dias no meio ambiente, cada mosquito pode botar 450 ovos", explicou.
Sobre a ação do rondonistas, como são chamados os integrantes do projeto, Uchôa destaca que são de grande importância, já que atuam de maneira responsável e com bastante entusiasmo.
É como esse sentimento que os universitários que fazem parte do projeto se empenham em várias ações que envolvem não somente a área na qual estão atuando na vida acadêmica como explicou ao professor Ubiratan Tupinambá da Costa, da Universidade Federal de Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul. O professor coordena um grupo de alunos de vários cursos: Medicina, Pedagogia, Enfermagem, Educação Especial, Administração, Psicologia e Comunicação.
"Cada aluno faz um trabalho na sua área de formação, porém no momento da campanha todo mundo se atira para colaborar e exercitar a parte de cidadania, que é um objetivo muito claro do Projeto Rondon: dar oportunidade a esses jovens de conhecer o país, poder desenvolver suas atividades, mas desenvolver outras áreas. Eles, com certeza, sairão aqui de Corumbá enriquecidos com o que a gente já viu e está aprendendo", disse em entrevista ao Diário.
Ele contou que os rondonistas foram convidados pela Secretaria de Saúde Pública de Corumbá para participar da blitz educativa, o que foi ao encontro da proposta do grupo em atuar, entre diversas áreas, incluindo a saúde. A peculiaridade da fronteira traz também o olhar diferenciado sobre a abordagem das políticas públicas.
"Como tem essa ligação tão próxima, tão íntima tem que ter esse controle comum, daí desaparece a linha de fronteira, é a questão de atenção humana que a gente não pode negar e faz parte da política de boa vizinhança que o Brasil tem como países limítrofes. Isso é uma questão sanitária que tem que ser acompanhada com nossas forças para tentar resolver até as questões deles porque nos afetam também, tanto a dengue como a aftosa e outras doenças", avaliou.
Para Mariana Macedo Gaida, estudante de Administração, a experiência de participar do Projeto Rondon está sendo bastante gratificante. "É bastante interessante para gente como jovem, universitário, sair um pouco de meio acadêmico e botar a ‘mão na massa',ter a prática, ter o contato. Eu mesma tive contato com servidores da Prefeitura essa semana e foi muito interessante porque a gente vê uma coisa na teoria que nem sempre está de acordo com o que acontece na prática", contou a jovem de 22 anos que trocou as férias para participar do projeto depois de ouvir o relato de uma amiga que, no ano passado, foi uma rondonista. "Eu também vou repassar isso para amigos e colegas. Essa experiência vale muito", conclui ao vivenciar o momento.
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