Grande Otelo

Grande Otelo
Tela feita pelo grafiteiro CRÂNIO, em apoio à campanha.

Apoio de várias celebridades

Apoio de várias celebridades
Hebe Camargo num lambeselinho em Grande Otelo, mascote da campanha.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

COLEIRA É A MELHOR MANEIRA DE PREVENIR A DOENÇA E SALVAR SEU CÃO

Fonte - O estado de São Paulo.

Governo pode distribuir coleira contra leishmaniose
Cão é reservatório do parasita causador da doença e, quando contaminado, tem de ser levado para eutanásia; projeto aguarda previsão orçamentária
19 de outubro de 2010 | 0h 00
BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Uma nova estratégia para combater o avanço da leishmaniose no País passa a ser avaliada pelo Ministério da Saúde: a distribuição de coleiras caninas com repelente para o mosquito transmissor da doença. A ideia é fazer um estudo-piloto e, se a medida for de fato eficiente, uma ação de maiores proporções poderia ser desencadeada.

Anunciado por representantes do ministério durante o 16.º Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária, na semana passada, o projeto aguarda previsão orçamentária. Mesmo sem recursos definidos, a empresa produtora da coleira disse ter sido sondada por representantes da pasta para verificar se há condições de atender um aumento repentino na demanda.

Transmitida por meio da picada de um inseto conhecido como mosquito-palha contaminado, a leishmaniose, que até alguns anos tinha como cenário principal ambientes rurais, passou a atingir também centros urbanos. De 2000 a 2009 foram registrados 34.583 casos no País, com 1.771 mortes.

O combate a esse avanço apresenta um grande complicador. Cães são reservatórios do parasita causador da doença. Quando o animal está infectado e é picado, ele pode contaminar o mosquito. Quando a infecção do animal é confirmada, o Ministério da Saúde afirma que a única alternativa é encaminhar o animal para eutanásia. Recomendação que não é acatada por boa parte dos proprietários. Muitos até importam medicamentos para fazer tratamento nos cães, prática condenada pelo governo.

"A eutanásia se mostrou uma medida ineficaz. As pessoas acabam transferindo seus bichos para outras cidades, para outros bairros, o que aumenta ainda mais o risco de expansão do problema", diz a presidente da União Internacional Protetora dos Animais, Vanice Orlandi.

Em Brasília, a leishmaniose em cães começou a aumentar a partir de 2008. Um inquérito feito no Lago Norte, área nobre da capital, mostrou que 18% dos 5 mil cães analisados estavam doentes. Na época, moradores que não queriam entregar seus animais para a Vigilância procuraram advogados, levaram seus bichos para outros lugares ou mentiram sobre suas mortes.

Outra estratégia é borrifar inseticida em áreas infestadas. O problema é que a identificação dos criadouros não é tarefa fácil. "As coleiras impedem que o cachorro seja picado, o que ajuda a interromper o ciclo da transmissão da doença", diz o gerente da empresa fabricante, Marco Castro. Mas o produto é caro, tem de ser trocado a cada seis meses e não há nenhum estudo no Brasil que comprove a eficácia da distribuição em massa. Segundo Castro, um trabalho para avaliar o impacto da distribuição de coleiras foi desenvolvido em Campo Grande. Os resultados, porém, ainda não estão disponíveis.


Sintomas
Transmitida pelo mosquito-palha, a leishmaniose é uma doença infecciosa que pode causar feridas na pele, febre, palidez, aumento do fígado e do baço e até afetar a medula óssea.

EXTRATO DE PLANTA PODE SER EFICAZ NO TRATAMENTO DA LEISHMANIOSE

Paraense é destaque em prêmio científico


O extrato de uma planta amazônica pode ser eficaz para o tratamento da leishmaniose. Essa é a constatação da pesquisa de Raquel Raick, aluna do curso de Biomedicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) e bolsista do Programa de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Raquel e Edilene Oliveira da Silva, professora do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA e orientadora da pesquisa, foram vencedoras do 8º Prêmio Destaque do Ano na Iniciação Científica, promovido pelo CNPq.Entre os 43 inscritos para o prêmio na área de Ciências da Vida, Raquel Raick foi a terceira colocada e será premiada com a quantia de R$ 3,3 mil, amanhã, em uma cerimônia a ser realizada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, durante a abertura da Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, estima-se que cerca de 200 milhões de pessoas estejam, atualmente, infectadas pelo protozoário Leishmania, o agente causador da leishmaniose, que é transmitida pela picada de um inseto denominado flebotomíneo. A pesquisa de Raquel investigou a ação do extrato da planta típica da flora amazônica pertencente à espécie Physalis angulata no combate ao protozoário Leishmania amazonensis. Em geral, a leishmaniose provoca úlceras ou lesões na pele, podendo também afetar nariz, boca e garganta. O tratamento da doença é extremamente tóxico, de modo que a descoberta da eficácia de uma planta, um elemento natural, para a reversão dos sintomas, tornaria o processo de cura menos traumático. A intenção é que as pesquisas possibilitem a futura confecção de um medicamento manipulado.

Esta é a primeira vez em oito anos que uma aluna da UFPA está entre os vencedores do prêmio. “Para mim, a premiação se traduz em reconhecimento e me sinto honrada em representar a Amazônia e a Região Norte”, diz a aluna. Concluinte do curso de Biomedicina, Raquel já pensa em seguir carreira acadêmica e sair da graduação direto para o mestrado. Para a orientadora Edilene Silva, o título traz status à iniciação científica da UFPA, muitas vezes afastada do eixo Sul-Sudeste de produção científica. “Este prêmio mostra que o Norte produz, sim, e produz pesquisas de qualidade, além de chamar atenção para a riqueza da biodiversidade da Amazônia, que guarda potenciais imensuráveis para o aproveitamento científico”, afirma.

PIBIC

Atualmente, a UFPA possui 815 estudantes de graduação participando do PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica). O diretor de pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade, professor Antônio Carlos Vallinoto, diz que a premiação de Raquel Raick serve de estímulo para que outros estudantes sigam o mesmo exemplo. “O fato de a pesquisa receber um prêmio de amplitude nacional indica que o projeto tem mérito. Os resultados podem ser publicados facilmente em periódicos conceituados da área. A publicação e a divulgação dos resultados de uma pesquisa são metas importantes na ciência”, sintetiza Vallinoto. (Diário do Pará)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

PROTEJA SEU CÃO E NÃO LEVE A LEISHMANIOSE PARA VIAJAR COM VOCÊ!


Viaje com seu peludo, não com a leishmaniose!


Toda semana vou no site do Curtindo São Paulo Juntos para ver o Amigo da Semana porque é aquela coisa, quem gosta de cachorro, quer ver... cachorros! E o amigo desta semana me fez lembrar de um assunto bem pertinente em dias de leishmaniose visceral avançando a passos largos em todo o Brasil, continente, mundo: você pode estar ajudando a doença a viajar!

Sim, sim! Você tanto pode se mudar para regiões até então sem a doença levando um animal/pessoa doente, como também pode entrar em contato com ela ao viajar com seu peludo Brasil afora e, consequentemente, pode voltar para casa infectado ou trazendo seu amigão infectado. Lembrando que a leishmaniose visceral pode ficar quietinha em nossos organismos por muito tempo. Então... Prevenção é a palavra! E ao viajar por aí, use repelentes em você e em seu amigo de patas! Existem vários produtos específicos para cães, como a coleira Scalibor, os medicamentos pour-on Advantage Max3, Pulvex e Tiper C e o spray Defendog. Isso para citarmos as alternativas tóxicas (sim, todas são, sem exceção!).
Mas você também pode optar por uma proteção mais saudável com aplicações diárias de óleo de citronela ou óleo de neem (puros ou dissolvidos, daí depende da aceitação do animal) mais o uso diário do Estibion Plus Neem (aliás, lembrando que as ações contra a leishmaniose são mais eficazes quando feitas em conjunto já que nenhum método de prevenção é 100% eficaz, nem a vacina, ok?). Quer viajar? Ótimo! Mas seja consciente e responsável e proteja a saúde do seu cão e a sua: use repelentes contra o inseto transmissor da leishmaniose visceral! E faça uma ótima viagem! ;

FONTE WWW.MAEDECACHORRO.COM.BR

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

TEATRO EDUCATIVO SOBRE A LEISHMANIOSE

Teatro sobre Leishmaniose

População de São Paulo participa de sessões gratuitas de teatro sobre leishmaniose

Chega a São Paulo de 3 a 7 de outubro, a carreta-teatro do projeto cultural itinerante Circuito Estradafora, Caravana Intervet/Schering-Plough Animal Health, iniciativa em parceria com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo. O projeto, que acontece no Parque do Trote (dias 3 e 4) e no Parque Ibirapuera (6 e 7), oferece sessões de teatro gratuitas para as crianças sobre um tema muito importante para a população: a leishmaniose visceral, doença de grande importância para a saúde pública por se tratar de uma zoonose de alta letalidade. O objetivo da ação é promover o lazer, a educação e o acesso à cultura, além de levar informações e conscientizar a população sobre a doença.

Especialmente desenvolvida para estimular a imaginação dos pequenos, a peça teatral “O Fim da Picada” é apresentada de forma lúdica, por meio de bonecos. Antes mesmo de começar a sessão, a garotada já vivencia a experiência de um grande espetáculo: a peça se passa dentro de uma carreta-teatro gigante, com capacidade para acomodar 150 espectadores sentados, com todo o conforto tecnológico de uma sala cultural convencional, com ar-condicionado, palco, iluminação, sonorização, projetor e tela.

O Gerente de Produtos da Intervet/Schering-Plough Animal Health, Marco Antonio de Castro, explica que São Paulo foi uma das cidades escolhidas para a realização do evento, pois é considerada uma área vulnerável, ou seja, a cidade possui intenso fluxo migratório e eixos viários comuns com outras cidades consideradas endêmicas. “Há poucos casos de leishmaniose visceral registrados na capital paulista, mas diversas cidades do Estado já são consideradas endêmicas. Por ser considerada uma área de risco, queremos alertar a população, por meio do lazer, educação e acesso à cultura para a importância da prevenção, a fim de evitar com que a doença se instale na cidade. Nada melhor do que o teatro para falar com as crianças, que aprendem brincando e ainda agem como transformadores dentro da família, pois adquirem o conhecimento, repassam aos familiares e ainda fiscalizam se estão fazendo corretamente”.

Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), de 2007 a 2010 já foram confirmados 913 casos de leishmaniose visceral em humanos no Estado de São Paulo. “Neste período a capital paulista notificou 80 casos da doença em humanos, mas a maioria é importada – a pessoa contraiu a doença em outro município do Estado de São Paulo e o diagnóstico e notificação ocorreram na capital”, explica Castro. Bauru, Araçatuba e Presidente Prudente são as cidades com mais casos registrados no Estado.

A carreta-teatro já passou pelas cidades de Campo Grande/MS, Brasília/DF e Bauru/SP. A próxima cidade a receber as atividades será Salvador/BA. No período de circulação da carreta nas seis cidades brasileiras, em torno de 8 mil pessoas participarão das 54 sessões.

Confira a programação completa

Dias 3 e 4 de outubro - Parque do Trote
Av. Nadir Dias de Figueiredo, s/n, Vila Guilherme
Horários das sessões: 10h e 14h30

Dias 6 e 7 de outubro - Parque do Ibirapuera
Horários das sessões: 10h, 13h30 e 16h


Fonte: Alfapress Comunicações, adaptado pela equipe Cães e Gatos

Notícias do Distrito Federal sobre a Leishmaniose

01/10/2010
Secretaria de Saúde alerta sobre doenças frequentes na época das chuvas no DF

A chegada das chuvas potencializa a disseminação de várias doenças. De imediato, a população fica mais suscetível a infecções intestinais e diarréias, por exemplo. “As primeiras chuvas carreiam fezes de animais para os mananciais, poços, cacimbas e outras fontes de água”, explica o médico chefe do Núcleo de Controle de Endemias da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Dalcy Albuquerque Filho. “Por isso, é preciso ter cuidados redobrados com a qualidade da água que se bebe”.



Albuquerque alerta os brasilienses sobre o que fazer para evitar as principais doenças associadas ao início do período chuvoso no Distrito Federal. Uma das medidas essenciais é tratar a água, fervendo-a ou desinfetá-la com gotas de hipoclorito de sódio, a popular água sanitária. Outras boas medidas de prevenção são lavar as mãos antes e depois comer, após usar o banheiro e caprichar na higiene alimentar.



Segundo o médico, um dos problemas de saúde mais comuns nesta época são os rotavírus, agentes virais associados às doenças diarreicas agudas e relacionados também às condições de higiene e saneamento básico. “A infecção por rotavírus pode acontecer de forma subclínica, gerando episódios de diarreia que podem variar de um quadro leve, com diarreia líquida e duração limitada a quadros graves com febre, vômitos e desidratação”, explica Dalcy Albuquerque. “A transmissão é dada diretamente por via fecal-oral ou indiretamente por água, alimentos e objetos contaminados”.



Como se prevenir


Veja abaixo como se precaver das principais doenças desta época:



• Dengue: Como o mosquito da dengue (Aedes aegypti) se reproduz no ambiente aquático, é natural o aumento de casos da doença neste período. Por isso, a Secretaria de Saúde pede à população que redobre a atenção, adotando atitudes que possam eliminar os criadouros do mosquito. “O controle da dengue exige uma ação ampla, envolvendo diversas áreas e a soma de esforços do poder público, da sociedade civil organizada e da população”, diz o chefe do Núcleo de Controle de Endemias, Dalcy Albuquerque Filho. Tampar os depósitos de água, evitar água limpa e parada em recipientes como garrafas, pneus e tambores, além de fazer a destinação correta do lixo doméstico são algumas atitudes que as pessoas devem tomar e que vão contribuir para a redução da infestação do mosquito e, conseqüentemente, a transmissão da doença.



• Leishmaniose: Apesar de registrar incidência muito pequena no Distrito Federal, a leishmaniose visceral está associada à proliferação de mosquitos – conhecidos como mosquito palha ou birigui –, favorecida pelo período das chuvas. Em uma pessoa infectada, o parasita migra para órgãos como fígado, baço e medula óssea. Os sintomas incluem febre, perda de peso, anemia e inchaço significativo do fígado e baço. Além disso, uumanos e animais infectados – em ambiente urbano, a doença pode atingir cães – são considerados reservatórios da doença, uma vez que o mosquito, ao sugar o sangue infectado, pode transmiti-lo a outros indivíduos ao picá-los.



• Leptospirose: O período chuvoso favorece o aumento de casos de leptospirose. Muitas vezes, a urina de ratos contaminados é diluída na água e levadas pela enxurrada. Ao entrar em contato com a pele humana, a bactéria pode ser transmitida. “Ao lavar áreas externas, logo após as primeiras chuvas, é importante usar botas ou galochas, para evitar molhar os pés com água contaminada pela bactéria causadora da leptospirose”, diz Dalcy Albuquerque. Os ratos de esgoto são os principais responsáveis pela infecção humana, pois existem em grande número e vivem próximos dos seres humanos. Os sintomas são febre alta, dor no corpo e pele amarelada. Em geral, o tratamento exige internação hospitalar e administração de antibióticos.



• Febre amarela e malária: São doenças muito raras no Distrito Federal. Mesmo assim, é necessário manter um nível de alerta. “Como estas doenças também são transmitidas pela picada de mosquitos, o ambiente chuvoso as favorece”, diz o médico Dalcy Albuquerque. Segundo ele, as pessoas que viajarem à região Norte do país ou, ainda, que costumam acampar ou praticar esportes de aventura, em meio a cachoeiras e matas, devem tomar mais cuidados. Nestes casos, é possível prevenir-se, tomando a vacina contra a febre amarela, que tem validade de dez anos e está disponível na rede pública de saúde.



• Rinite, asma e dermatites: Alguns sintomas surgem da combinação entre dias muito chuvosos e outros com baixíssima umidade do ar. As alergias respiratórias podem acontecer. Os sintomas mais comuns incluem coriza e coceira no nariz, assim como irritação nas vistas e sensação generalizada de mal-estar. A rinite alérgica é uma das principais doenças que se agravam na primavera. Essa inflamação na mucosa nasal atinge cerca de 30% da população e pode ser causada por vírus ou bactérias – ou, ainda, ter origem alérgica. Os asmáticos também sofrem com a mudança de estação. Coceiras e manchas na pele também podem aparecer com maior frequência neste período. “Quem tem alergia ao mofo também costuma sofrer”, lembra Dalcy Albuquerque Filho.



Fonte: Agência Brasília

Estudos da Leishmania

Genética da leishmania PDF E-mail
Sex, 01 de Outubro de 2010 04:24


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Um novo estudo realizado por um grupo de cientistas brasileiros, com colaboração de colegas de outros países, acaba de trazer um novo avanço para a compreensão dos mecanismos de controle da expressão gênica do parasita causador da leishmaniose. A expressão gênica é o processo pelo qual a informação hereditária contida em um gene é transcrita no RNA, ou em proteínas, por exemplo. No novo estudo, o grupo investigou as alterações moleculares, bioquímicas e morfológicas observadas em um parasita mutante que teve sua virulência atenuada devido à superexpressão dos chamados miniéxons – ou spliced leader RNA –, curtas sequências de nucleotídeos que são adicionadas aos RNA mensageiros, tornando-os "maduros" e funcionais. O trabalho foi publicado na edição de outubro do The International Journal of Biochemistry & Cell Biology e faz parte de um Projeto Temático apoiado pela FAPESP e coordenado por Angela Kaysel Cruz, professora do Departamento de Biologia Celular e Molecular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com Angela, o grupo envolvido com o Temático já havia demonstrado anteriormente que a presença de uma quantidade aumentada de transcritos dos miniéxons diminuía a virulência do parasita.

“Desta vez, investigamos como se dá o envolvimento dos miniéxons com a atenuação da virulência que foi observada. Verificamos que a superexpressão dos miniéxons não afeta a multiplicação de promastigotas –a forma infecciosa, flagelada, do parasita –, mas parece impossibilitar a multiplicação dos amastigotas, ou seja, o parasita em sua forma intracelular, que se estabelece no homem e em outros mamíferos”, disse à Agência FAPESP.

A ineficácia do parasita mutante para se multiplicar na forma de amastigotas parece estar relacionada com um esforço do parasita para manter sua homeostase celular – a propriedade da célula de regular seu ambiente interno para manter uma condição estável, por meio de múltiplos ajustes controlados por mecanismos de regulação.

“O esforço do parasita para reverter esse desequilíbrio da homeostase celular parece impedir que os amastigotas se multipliquem como eles fariam naturalmente no interior da célula do hospedeiro vertebrado – isso parece causar a perda de virulência observada”, indicou Angela.

A descoberta é importante porque o mecanismo descrito pode contribuir para elucidar diferentes níveis de controle da expressão gênica dos parasitas. Além disso, a revelação das moléculas envolvidas na atenuação de virulência observada pode representar uma rota para identificação de novos alvos para o desenvolvimento de drogas contra a leishmania.

“O estudo representa mais um passo no caminho que leva à compreensão dos processos de controle de expressão gênica em leishmania. Outro aspecto importante é que a identificação de um ou mais genes diminuídos nesse superexpressor poderá nos ajudar a gerar mutantes que possam ter esses genes desligados. Com isso, talvez possamos gerar um parasita que é incapaz de se multiplicar no meio intracelular”, explicou Angela.

Futura vacina viva

Segundo a professora da FMRP-USP, as pesquisas se voltaram para a questão do desequilíbrio homeostático por essa ser considerada uma peça- chave no processo de expressão gênica.

“Quando a homeostase está desbalanceada, a célula do parasita precisa fazer uma série de processos para se estabelecer intracelularmente – livrando-se de certas proteínas, por exemplo – e não consegue se multiplicar”, disse.

Entender a ligação entre o desequilíbrio da homeostase celular e a atenuação da virulência é fundamental, segundo Angela, para verificar se a atenuação poderá ser utilizada, no futuro, como uma ferramenta para gerar uma vacina viva.

“Acredita-se que as vacinas vivas são a única forma para prevenir leishmaniose, pois as vacinas de subunidades – que usam somente os fragmentos antigênicos de um microrganismo que mais estimulam a resposta imune – não estão se mostrando eficientes”, disse Angela.

“Nada do que foi feito até agora está funcionando, mesmo as experiências mais interessantes com combinação de diversos determinantes antigênicos. Seria interessante se pudéssemos localizar um ou mais genes que atenuem a ação do parasita – impossibilitando que ele se multiplique no hospedeiro”, destacou.

Além de Angela, participaram da elaboração do artigo Juliano Toledo, Tiago Ferreira e Tânia Defina, também da FMRP-USP, Fernando Dossin, atualmente no Centro de Deonças Negligenciadas do Instituto Pasteur Coreia, em Bundang-gu (Coreia do Sul), Sergio Schenkman, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Kenneth Beattie e Douglas Lamont, da Faculdade de Ciências da Vida da Universidade de Dundee (Escócia), e Serge Cloutier e Barbara Papadopoulou, do Centro de Pesquisa em Infectologia da Universidade Laval, em Quebec (Canadá).

O artigo Cell homeostasis in a Leishmania major mutant overexpressing the spliced leader RNA is maintained by an increased proteolytic activity, de Angela Kaysel Cruz e outros, pode ser lido por assinantes da The International Journal of Biochemistry & Cell Biology em http://www.sciencedirect.com/science/journal/0020711X.

Agência FAPESP

Cartaz sobre a Leishmaniose

Leishmaniose visceral se aproxima da capital paulista

Estudos indicam que doença se expande 30 km por ano pelo país.
Cidade de SP nunca registrou caso da doença, diz Secretaria da Saúde.

Claudia Silveira Do G1 SP

Coleira antipulga ajuda a proteger cães do mosquito que transmite a leishmanioseColeira antiparasitária ajuda a proteger cães domosquito que transmite a leishmaniose


A leishmaniose visceral está se aproximando da cidade de São Paulo. Doença considerada fatal tanto para cães – o principal hospedeiro – quanto para humanos, ela é causada pelo protozoário leishmania e transmitida pela picada do inseto conhecido como mosquito-palha. A leishmaniose pode causar falência de órgãos como rins e fígado. Se não tratada, pode levar à morte em 90% dos casos.

Até 1998, segundo o veterinário Douglas Presotto, não havia nenhum registro de leishmaniose no estado de São Paulo. Mas esse quadro se alterou. “A doença está se expandindo e mudando de perfil. Antes, era concentrada na zona rural do Nordeste. Agora, está nas grandes cidades também”, observa Presotto, que é coordenador do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Campinas, a 93 km de São Paulo.

Ele cita estudos feitos no Brasil que indicam que a doença se alastra cerca de 30 km por ano. Isso acontece principalmente pelo fluxo migratório de animais, como em viagens de férias. A construção de residências em áreas de mata, habitat do mosquito, também é uma das causas.

A primeira cidade paulista a registrar a doença foi Araçatuba, em 1998. “Em 1999, veio o primeiro caso em humanos”, relembra Presotto. Hoje em dia, a doença é considerada endêmica em cidades como Bauru, Cotia e Embu, sendo as duas últimas já parte da Grande São Paulo. O primeiro caso em Campinas, conta o veterinário, foi registrado no final do ano passado, em três cães. Todos eles moravam em casas construídas próximas à mata.

A cidade de São Paulo nunca registrou a doença, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Já no estado, até maio deste ano, foram confirmados 30 casos em cães, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde. O órgão não divulga a lista das cidades com casos confirmados.

Sintomas

Emagrecimento evidente, febre e feridas na pele que não cicatrizam são algumas das características da doença tanto nos cães quanto nos humanos. O aumento de órgãos como fígado e baço também são característicos, mas somente médicos conseguem diagnosticar, conta o veterinário Andrei Nascimento.

No caso dos cães, o crescimento exagerado das unhas é um sintoma bem evidente. “A leishmania pode se instalar na matriz das unhas, causando essa alteração”, explica o veterinário. Nascimento ressalta que, uma vez infectado, nem o cão nem o ser humano conseguem se livrar da doença. A medicação faz o protozoário “hibernar”, mas não o mata.

“Qualquer alteração no sistema imunológico, como a causada por AIDS ou quimioterapia, por exemplo, pode tornar a leishmania ativa novamente”, esclarece.

Eutanásia

Uma vez infectado com a doença, o cão deve ser sacrificado. A determinação é do Ministério da Saúde, estabelecida em 2008, e está cercada de polêmica. Douglas Presotto, do CCZ de Campinas, conta que todo veterinário que diagnosticar a doença é obrigado a informar o Centro de Controle de Zoonoses da sua cidade.

Os técnicos da Vigilância Sanitária, por sua vez, avisam à família que o cão deverá ser recolhido e sacrificado. A eutanásia é obrigatória porque uma portaria conjunta entre os ministérios da Saúde e da Agricultura proíbe o tratamento de animais. Os medicamentos devem ser dados somente a humanos.

Mas nem todo mundo aceita passivamente essa determinação. A advogada Nádia Gimenes levou a causa do vira-lata Baby à Justiça. O cachorro mora com a irmã dela em Cafelândia, a 412 km de São Paulo, e teve o diagnóstico da doença confirmado em 2008. Abalada com a notícia de que o mascote tinha de ser sacrificado, a família decidiu lutar na Justiça para que o cão pudesse ser medicado.

“Ainda não é uma vitória definitiva porque o Baby sobrevive por força de liminar”, observa Nádia. “Ele responde muito bem ao tratamento e leva uma vida normal. A cada três meses, é submetido a exames e também trocamos a coleirinha”, conta a advogada.

A mesma sorte não teve o ator Luiz Humberto Siqueira, que perdeu um de seus dois cães por causa da doença, no final do ano passado, em Campinas. O vira-lata Balu amanheceu morto, antes mesmo do diagnóstico ser confirmado. “A gente desconfiava porque ele tinha todos os sintomas. Estava doente, as unhas estavam compridas”, relembra.

Um outro cachorro de Siqueira, o fox paulistinha Zepi, tinha morrido dias antes, mas a causa não chegou a ser esclarecida.

Prevenção

Especialistas ouvidos pelo G1 ressaltam a importância da prevenção da leishmaniose. O veterinário Andrei Nascimento sugere que o cuidado deve começar pelo cachorro de estimação.

“O uso de uma coleira impregnada com deltametrina a 4% repele e mata o mosquito transmissor da doença”, diz. Nascimento afirma que a substância não tem cheiro e não é tóxica a humanos, permitindo que o cachorro suba na cama dos donos, por exemplo. A coleira deve ser trocada a cada quatro meses ou de acordo com a indicação do fabricante.

A orientação do veterinário Douglas Presotto é evitar a proliferação do mosquito transmissor da doença, sobretudo no quintal. Ele conta que o mosquito procura por material orgânico em decomposição. Frutas caídas no quintal e fezes dos galinheiros, por exemplo, são um prato cheio para a fêmea do inseto colocar seus ovos.

Notícia do site G1 sobre a leishmaniose

Índice de mortes por leishmaniose em BH é maior que a média nacional
De cada cem casos registrados em BH, em média, 22 terminaram em morte.
O principal sintoma da doença é a febre.

Do G1 MG


O índice de pessoas que morrem por causa de leishmaniose em Belo Horizonte é maior que a média nacional, segundo dados da Sociedade Mineira de Infectologia. De cada cem casos registrados na cidade, 22 terminaram em mortes, em média. A informação é da infectologista Regina Lunardi.

Uma campanha da Sociedade Mineira de Infectologia alerta para o perigo da leishmaniose. A descoberta e o tratamento precoce podem reduzir os riscos, segundo a especialista.

A pior forma da doença, segundo a infectologista, é a leishmaniose visceral. Ela explica que, na maioria dos casos, o parasita fica hospedado em cães e é transmitido ao ser humano pela picada do mosquito-palha. Ela diz, ainda, que a doença atinge três órgãos principais do organismo: o fígado, o baço e a medula óssea.
saiba mais

* Surto de leishmaniose atinge Patos de Minas, diz Secretaria de Saúde
* Leishmaniose visceral se aproxima da capital paulista

Formas agudas da doença provocam lesões graves no paciente em cerca de 15 dias. O principal sintoma da doença é a febre.

De acordo com médicos, um dos motivos do alto índice de casos na capital mineira pode ser a demora em confirmar o diagnóstico. A campanha da Secretaria de Saúde de Belo Horizonte foi criada para orientar os pacientes a procurar atendimento o mais rápido possível, segundo o secretário adjunto de saúde da cidade, Fabiano Pimenta Júnior. As pessoas com sintomas da doença podem fazer um exame gratuito.