Grande Otelo

Grande Otelo
Tela feita pelo grafiteiro CRÂNIO, em apoio à campanha.

Apoio de várias celebridades

Apoio de várias celebridades
Hebe Camargo num lambeselinho em Grande Otelo, mascote da campanha.

sexta-feira, 27 de julho de 2012



LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA

1 – Introdução
A Leishmaniose Visceral Canina (LVC), segundo o Ministério da Saúde, é uma doença sistêmica grave, de curso lento e crônico, de difícil diagnóstico e cura, causada principalmente em nosso meio, por um protozoário, a Leishmania chagasi. A LVC está amplamente difundida pelo mundo, ocorrendo em vastas áreas tropicais e subtropicais. A Leishmaniose Visceral Humana é atualmente reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das mais importantes Zoonoses.
O cão, como hospedeiro doméstico, é considerado o principal reservatório da infecção para o homem, entretanto, sabe-se hoje que os gatos podem ser portadores deste protozoário e são considerados potenciais portadores secundários. A transmissão desta doença é feita através da picada do flebótomo infectado da espécie Lutzomyia longipalpis, popularmente conhecido como “mosquito-palha”.
As manifestações clínicas clássicas da leishmaniose canina são: linfoadenomegalia, caquexia, lesões cutâneas (alopecia, hiperqueratoses, úlceras com aspecto de queimaduras, nódulos subcutâneos e erosões (mais freqüentes na ponta da orelha e focinho), onicogrifose). Aproximadamente 50% a 60% dos cães infectados são assintomáticos, o que sugere a existência de animais resistentes ou com infecção recente. Cães infectados, mesmo assintomáticos, podem apresentar grande quantidade de parasitos na pele, o que favorece a infecção do inseto vetor, permanecendo no ciclo biológico da doença.
A OMS recomenda como medidas de controle da doença, o diagnóstico precoce e tratamento dos casos humanos, diagnóstico dos animais e a identificação e eliminação do vetor.
Em recente portaria o MS estabeleceu que a Leishmaniose Visceral é doença de notificação compulsória, sendo que para canídeos, esta notificação somente deve ser feita quando do primeiro registro da doença em cães em área indene, confirmado por meio de identificação laboratorial da espécie Leishmania chagasi (Portaria n° 2.472, de agosto de 2010).
Dentro deste contexto de inexistência de um tratamento legal e efetivo para a cura total da doença canina e a polêmica de eliminar indiscriminadamente os animais, a vacinação contra leishmaniose surge como alternativa de profilaxia da doença. A vacinação de cães pode ser uma alternativa mais efetiva e prática. Vale ressaltar a eficácia das coleiras nos caninos como repelente para os mosquitos.
2 – Imunoprofilaxia na Leishmaniose no Brasil
As atuais estratégias utilizadas para o controle de leishmaniose visceral (LV) consistem na detecção dos cães infectados no controle do vetor e no tratamento dos casos humanos. Entretanto, tais medidas não tem se mostrado eficazes. Dessa forma, o desenvolvimento da vacina canina surge como uma estratégia importante no controle da doença. A vacinação tem como objetivo proteger o animal da doença e impedir que se torne um reservatório potencial do parasita, servindo como fonte de infecção dos vetores, interrompendo assim o ciclo biológico da doença.
3 – Recentes Avanços em Vacinas Contra Leishmaniose
A busca por métodos alternativos de controle da Leishmaniose que incluem, principalmente, a vacinação é compartilhada por pesquisadores e laboratórios em diversas partes do mundo, especialmente, o desenvolvimento de vacinas para humanos. Como os modelos de testes incluem animais, evidentemente que estes produtos também serão úteis para o controle da LVC.
4 – Considerações Finais
As vacinas registradas no MAPA (Leishmune e Leish-Tec) cumprem com os requisitos técnicos de eficácia, vigentes no momento da concessão dos registros.
São inegáveis a esperança e ansiedade de todos os segmentos envolvidos com o controle da LV canina, veterinários e proprietários, ao surgimento das vacinas atualmente disponíveis. A vacinação contra a Leishmaniose seria o fim da grande polêmica, entre eliminar ou tratar cães soropositivos, além da possibilidade de se controlar com mais eficácia a expansão da doença humana.
O uso de uma vacina protetora canina, em consenso geral, seria uma medida de grande impacto para Medicina Veterinária, com a preservação da vida de milhares de cães e na saúde pública, com a prevenção dos casos humanos.
O combate aos mosquitos e a vacinação dos animais é sem dúvida a medida ideal e racional para controle desta temível zoonose

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