Grande Otelo

Grande Otelo
Tela feita pelo grafiteiro CRÂNIO, em apoio à campanha.

Apoio de várias celebridades

Apoio de várias celebridades
Hebe Camargo num lambeselinho em Grande Otelo, mascote da campanha.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Diário do Grande ABC



Qual é a importância da mobilização da saúde pública na prevenção da dengue?
No ano passado, apesar de cair o número de casos em relação a 2010, o número de mortes foi maior em termos percentuais mostrando que houve uma desmobilização nos serviços de urgência. As pessoas treinadas tinham sido alocadas para outros lugares. Fizemos então um tour pelo estado com treinamento rápido dos médicos e enfermeiros para que soubessem como diagnosticar e rapidamente introduzir condutas corretas para evitar as mortes.

O despreparo então está associado ao aumento de mortes?
A única explicação para o fato de haver diminuído o número de casos e aumentado o de mortes é porque os lugares que atendem dengue tiveram as pessoas remanejadas e as que entraram no lugar não tiveram o tirocínio e o treinamento para fazer o diagnóstico rápido e a hidratação a tempo. Foram 40 e alguns casos. É indigno dizer que a pessoa morreu por dengue sem assistência, um único caso que seja no País todo.

Qual é agora o risco?
Estamos bem, mas não quer dizer que as coisas estejam resolvidas. Pode ser que no ano que vem tenhamos um "rebote". O sorotipo 2 tem dados sinais de voltar a aparecer. Estamos monitorando e alertando os municípios para manter sob controle. Se não tivermos preparados, teremos um ressurgimento da dengue em 2013.

O que realmente funciona para prevenir?
O que traz mais benefício é o alerta continuado da imprensa à população. Porque o mosquito transmissor, ao contrário da maioria dos vetores, invade a nossa casa. É não é original da casa, ao contrário do pernilonguinho. O Aedes é atraído por condições específicas, uma água parada por exemplo. Ele vem e cria um novo ninho. Como não tem autonomia de voo muito longa, se limparmos a casa, a doença não progride. Se a comunidade assumir o compromisso, não vai ter dengue. Mas quando começa a não aparecer casos, como agora, a população relaxa. Até o gestor relaxa.

E na equipe médica?
Tem que ter rapidez no diagnóstico. Se o paciente sair de circulação rápido, não contaminará outros mosquitos, que não contaminarão outras pessoas. Mais do que isso -- eventualmente o caso pode evoluir para uma forma mais grave. Temos que saber o que fazer e quando duvidar da gravidade e o que tem de fazer -- internar ou só hidratar. O que tem acontecido às vezes é que as pessoas que estão no atendimento de porta do hospital não estão treinadas. Por isso que fizemos ano passado o manual de conduta para pregar na parede, os exames e as condutas.

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