Grande Otelo

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Tela feita pelo grafiteiro CRÂNIO, em apoio à campanha.

Apoio de várias celebridades

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Hebe Camargo num lambeselinho em Grande Otelo, mascote da campanha.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012


Jovem de 17 anos morre de leishmaniose em MatozinhosParentes e amigos não se conformam e revoltam contra o gestor municipal.

Um jovem de 17 anos morador do bairro São Miguel em Matozinhos Região Metropolitana de Belo Horizonte, morreu nesta segunda-feira com leishmaniose visceral. Gabriel Mendes Rodrigues era conhecido carinhosamente pelos amigos e parentes como "Pardal". Há 40 dias apresentava os sintomas da doença e faleceu no Hospital em Belo Horizonte MG no final da noite de ontem 24.

Segundo informações da família, os primeiros sintomas da doença em Gabriel foram fortes dores na região da barriga. De acordo com a mãe do jovem, Dona Mailza Vieira Lima, o diagnóstico de leishmaniose só foi dado após o adolescente ter sofrido em hospitais por mais de 40 dias internado. Foram 15 dias no CTI.

-“Acho uma vergonha isto que aconteceu, porque a nossa cidade é administrada por um médico e ele deixar esta cachorrada podre solta na rua, a ponto de contaminar o filho da gente e vir até a óbito, eu acho um absurdo” reclama a mãe do jovem. Revoltada com a situação, dona Mailza ainda disse que fará uma representação junto ao Ministério Público contra a Administração Municipal, independente do tempo que durar mas vai correr atrás dos seus direitos. Na casa da família não há criação de cachorros e a mãe da vítima acredita que seu filho tenha sido vítima da cachorrada solta pelas ruas.

-“Na porta da prefeitura tem cachorro dormindo, é falta de responsabilidade do prefeito que ainda quer se reeleger, se não tem competência vai praticar a medicina dele e deixa alguém governar direito a cidade” desabafa Dona Mailza. 

Vizinhos e amigos também se revoltaram com a morte prematura do garoto e pedem justiça.

Leishmaniose visceral (Calazar)
Leishmaniose visceral ou calazar, é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis) que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário Leishmania chagasi.

Embora alguns canídeos (raposas, cães), roedores, edentados (tamanduás, preguiças) e equídeos possam ser reservatório do protozoário e fonte de infecção para os vetores, nos centros urbanos a transmissão se torna potencialmente perigosa por causa do grande número de cachorros, que adquirem a infecção e desenvolvem um quadro clínico semelhante ao do homem.

A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado.

Na maioria dos casos o período de incubação é de 2 a 4 meses, mas pode variar de 10 dias a 24 meses.

Sintomas

Os principais sintomas da leishmaniose visceral são febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos.

Diagnóstico

O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações que podem pôr em risco a vida do paciente. Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. Entre eles destacam-se os testes sorológicos (Elisa e reação de imunofluorescência) e de punção da medula óssea para detectar a presença do parasita e de anticorpos.

É de extrema importância estabelecer o diagnóstico diferencial porque os sintomas da leishmaniose visceral são muito parecidos com os da malária, esquistossomose, doença de Chagas, febre tifóide, etc.

Tratamento 

Ainda não foi desenvolvida uma vacina contra a leishmaniose visceral, que pode ser curada nos homens, mas não nos animais.

Os antimoniais pentavalentes, por via endovenosa, são as drogas mais indicadas para o tratamento da leishmaniose, apesar dos efeitos colaterais adversos.

Em segundo lugar, está a anfotericina B, cujo inconveniente maior é o alto preço do medicamento. Uma nova droga, a miltefosina, por via oral, tem-se mostrado eficaz no tratamento dessa moléstia.

A regressão dos sintomas é sinal de que a doença foi pelo menos controlada, uma vez que pode recidivar até seis meses depois de terminado o tratamento.

Recomendações

* Mantenha a casa limpa e o quintal livre dos criadores de insetos. O mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer;

* Coloque telas nas janelas e embale sempre o lixo;

* Cuide bem da saúde do seu cão. Ele pode se transformar num reservatório doméstico do parasita, que será transmitido para as pessoas próximas e outros animais;

* Lembre-se de que os casos de leishmaniose são de comunicação compulsória ao serviço oficial de saúde.
Reportagem e foto: Osvaldo Mesquita – informações técnicas Dr. Drauzio Varella

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