Grande Otelo

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Tela feita pelo grafiteiro CRÂNIO, em apoio à campanha.

Apoio de várias celebridades

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Hebe Camargo num lambeselinho em Grande Otelo, mascote da campanha.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

As leishmanioses são antropozoonoses(doenças transmitidas dos animais ao homem e do homem aos animais) consideradas um grande problema de saúde pública. É uma doença crônica, de manifestação cutânea ou visceral, potencialmente fatal. O modo de transmissão é através da picada de insetos transmissores infectados. Os vetores são insetos denominados flebotomíneos do Gênero Lutzomyia, conhecidos popularmente, dependendo da localização geográfica, como mosquito palha, tatuquira, birigui, entre outros. Infecções por leishmânias foram descritas em várias espécies de animais silvestres e domésticos (canídeos, felídeos e eqüídeos). Entretanto, não há evidências científicas que comprovem o papel destes animais como reservatórios das espécies de leishmânias, sendo considerados hospedeiros acidentais da doença. O cão é considerado o principal reservatório da doença no meio urbano, mas não o único, já que animais silvestres e mesmo o homem podem atuar como reservatórios.Não há transmissão de pessoa a pessoa.

A leishmaniose visceral, também conhecida como calazar e febre negra, é a forma mais severa de leishmaniose. O parasita migra para os órgãos viscerais como fígado, baço e medula óssea e, se deixado sem tratamento, quase sempre resultará na morte do anfitrião mamífero. Sinais e sintomas incluem febre, perda de peso, anemia e inchaço significativo do fígado e baço. A leishmaniose visceral é uma doença grave de curso lento, de difícil diagnóstico e de fácil transmissão, tanto para os cães quanto para os humanos. Os sintomas no cão são bastante variáveis, sendo comum o aparecimento de lesões de pele acompanhadas de descamações e, eventualmente, úlceras, perda de peso, lesões oculares, atrofia muscular e, em alguns caso, o crescimento exagerado das unhas. Devido à variedade e à falta de sintomas específicos, o médico veterinário é o único profissional habilitado a fazer um diagnóstico preciso da doença. É importante ressaltar que há um grande número de animais infectados que não apresentam sintomas clínicos (assintomáticos).

Na leishmaniose cutânea em cães, a úlcera cutânea sugestiva costuma ser única, eventualmente múltipla, localizada nas orelhas, focinho ou bolsa escrotal. No entanto, deve-se estar atento a outras doenças que causem úlceras, tais como neoplasias, piodermites e micoses. Estas devem ser incluídas no diagnóstico diferencial.

O diagnóstico laboratorial da doença canina é semelhante ao realizado na doença humana podendo ser baseado no diagnóstico parasitológico ou sorológico. No entanto, só deverão ser realizados em situações especiais. O Ministério da Saúde do Brasil gerencia o Programa de Controle da Leishmaniose Visceral Canina, visando, entre outras ações, o diagnóstico sorológico dos cães positivos e sua posterior eutanásia. Atualmente são utilizados dois métodos diagnósticos sorológicos, que se baseiam na busca de anticorpos anti-Leishmania em soro de cães. O Ministério recomenda a triagem com o método ELISA e a confirmação com um segundo teste. São aceitos os resultados executados com kits diagnósticos fabricados pelo distribuidor oficial do Ministério.Após o exame, os proprietários precisam aguardar cerca de 60 dias pelo resultado do teste para saber se o animal está infectado e se terá que ser sacrificado, já que com a portaria interministerial nº 1426 editada em julho de 2008, é proibido o tratamento da doença com produtos de uso humano.O tratamento de animais doentes não é uma medida aceita,pois poderá conduzir ao risco de selecionar parasitos resistentes às drogas utilizadas para o tratamento de casos humanos. Portanto, a melhor forma de proteger seu animalzinho é a prevenção!

Já existe no mercado uma vacina contra a Leishmaniose Visceral Canina, a Leishmune, do laboratório Fort Dodge Saúde Animal, registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) desde 2003. A vacina confere proteção superior a 92% e é importante ressaltar que os animais vacinados apresentam resultados negativos nos kits ELISA atualmente licenciados pelo MAPA (Kit Biogene e Kit Bio-Manguinhos).

O programa vacinal deve ser associado à outras medidas de controle, como combate ao inseto vetor (flebótomo), com a aplicação de inseticida no ambiente, uso de produtos repelentes no cão, uso de coleira repelente, educação da população quanto à posse responsável, controle de natalidade canina e emprego de medidas de saneamento básico. A vacinação em cães pode ser realizada a partir dos 4 meses de idade, em cães saudáveis e soronegativos para Leishmaniose Visceral Canina. O protocolo completo deve ser feito com 3 doses, respeitando um intervalo de 21 dias entre cada aplicação. A revacinação deve ser feita anualmente para manter a resposta imune. É obrigatória a realização de exame sorológico prévio, para detecção de cães previamente infectados.

Diante dessas informações e da possibilidade de prevenção, não deixe que seu animalzinha seja infectado! Converse com o médico veterinário de sua confiança e escolha a melhor forma de proteger ao seu animalzinho, a você e à sua família!

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